O sucesso do jornalismo é a credibilidade e a ética
O jornalismo investigativo é considerado chave para a sobrevivência dos meios de comunicação. O contexto latino-americano apresenta novos desafios: a ética e a autorregulação são mecanismos contra a politização dos meios de comunicação
O jornalismo investigativo é chamado para desempenhar um
papel cada vez mais importante como garantia de sustentabilidade,
ética e transparência. É uma das conclusões do XVII Fórum Euro-latino-americano
de Comunicação, convocado pela FNPI, pela Associação de Jornalistas Europeus e pelo
CAF, no qual se analisou o papel dos meios de comunicação, as
mudanças tecnológicas e a ética no contexto dos países da
Ibero-américa.
A chave do sucesso do jornalismo é a credibilidade e a ética, o
que significa um retorno à sua essência, após passar por uma
autocrítica para encontrar seu lugar em um momento
em que a crise econômica, o endurecimento das políticas em relação
aos meios de comunicação e as transformações tecnológicas
dificultam a sobrevivência da prática
tradicional.
Felipe Alduante (Chile), diretor editorial da revista América
Economia, enumerou os obstáculos para o jornalismo
latino-americano: falta de infraestrutura jornalística, dependência
de fontes oficiais e ideologização dos meios de comunicação. Além
disso, o jornalista argentino Jorge Elías observou o seguinte sobre
a politização dos meios de comunicação: "Quando se desvirtua o
jornalismo e o meio de comunicação se converte em opositor,
perde-se a credibilidade, por mais que se diga a verdade".
A resposta para esta questão foi encontrada na premissa de que
tanto os Estados e os meios de comunicação devem ser transparentes,
e que - como explicou Jaime Abello, diretor da
FNPI, -"a autorregulação também exige transparência por parte dos
meios de comunicação".
Javier Darío Restrepo,
diretor do Consultório Ético da FNPI, apresentou os seguintes
pontos: que várias práticas do jornalismo devem ser submetidas a
questionamentos; que o jornalismo não pode se vitimizar; e que a
autorregulação não é autocensura. "Autorregula-se aquele que deseja
fazer um melhor jornalismo", ressaltou Restrepo.
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