Conferência Anual do CAF em Washington começa com um pedido de mais unidade para a América Latina
Na XVI Conferência Anual do CAF são discutidas as relações entre os Estados Unidos e a América Latina, e os problemas que afetam o desenvolvimento regional.
O primeiro dia contou com mais de 700 líderes regionais, ex-presidentes, funcionários públicos e especialistas.
WASHINGTON, DC(4 de setembro de 2013) - Com um pedido para superar as divisões dentro da América Latina, começou a XVII Conferência Anual do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina- evento que a instituição financeira organiza junto com o Diálogo Interamericano e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
No primeiro dia do evento, realizado na cidade de Washington e com a presença de mais de 700 líderes da América Latina e dos Estados Unidos, o ex-presidente do Chile, Ricardo Lagos, afirmou que embora a região tenha ganhado confiança em si mesma, ainda deve mostrar uma maior unidade. "A América Latina tem as cartas na mão", disse Lagos. "Devemos nos apresentar com uma só voz, cuidar dos que estão fracassando e quebrar a divisão entre o Pacífico e o Atlântico".
A América Latina, segundo Lagos, deve superar por si mesma as suas dificuldades a fim de poder falar de igual para igual com os Estados Unidos. "Se resolvemos nossos próprios problemas, podemos falar com os Estados Unidos em um diálogo interamericano com uma postura mais igualitária", afirmou.
O presidente executivo do CAF, Enrique García, destacou a evolução do banco, o qual tem acompanhado o crescimento da América Latina, e assegurou que a região tem atualmente condições de estabelecer uma relação mais simétrica com os Estados Unidos. "É necessária uma nova agenda interamericana", disse García. "A América Latina não é a mesma de 20 anos atrás e, por isso, a região precisa ser vista com respeito por parte de seus parceiros, e com compreensão das suas características e da sua diversidade".
Por sua vez, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, ressaltou os desafios superados nos últimos anos em termos de estabilidade e democrática e governabilidade. No entanto, destacou que ainda há muitas necessidades insatisfeitas. "Há países que cresceram, mas onde ainda há pobreza e desigualdades", afirmou Insulza. "Na OEA queremos contribuir para melhorar a situação de todos os nossos países".
A Conferência foi apresentada pelo presidente do Diálogo Interamericano, Michael Shifter, que ressaltou a qualidade dos palestrantes que participam do encontro, assim como a variedade de temas que serão abordados.
A jornada de abertura terminou com uma sessão sobre a reforma migratória e suas implicações para as relações entre os Estados Unidos e a América Latina, e outra sobre as tendências políticas e eleitorais na região.
A XVII Conferência Anual do CAF, que continua na quinta-feira, 5 de setembro, explora uma grande variedade de questões de interesse hemisférico, como a política externa dos Estados Unidos, o desenvolvimento econômico e política antidrogas, assim como a inovação e o espírito empreendedor.