Projeto chileno “Mapocho Pedaleable” ganha o III Concurso de Desenvolvimento Urbano do CAF

(Santiago do Chile, 11 de setembro de 2013)- O projeto chileno  "Mapocho Pedaleable"  foi o vencedor do III Concurso Internacional de Projetos de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social, uma iniciativa do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina - que busca incentivar o desenvolvimento de soluções para os problemas de moradia próprios da região.

A premiação foi realizada na Prefeitura de Providencia e teve a prefeita Josefa Errazuriz como testemunha de honra. O evento contou com a presença do diretor de Desenvolvimento Social do CAF, Bernardo Requena; da especialista sênior do CAF, Elisa Silva; e dos vencedores Tomás Echiburú Altamirano, Osvaldo Larraín, Daslav Bremer e Ignacio Abé.

O projeto colombiano  "Guadua Activa: Plantación de Caña Guadua, Formación de la población y Construcción una Escuela-Taller"  ficou com o segundo lugar; e  "Franja de Convivencia Ciudad Ambiente",  do México, recebeu a Menção Honrosa.

Bernardo Requena anunciou os ganhadores da terceira edição do concurso e aproveitou para ressaltar que o CAF apoia os países da região com o  Programa Cidades com Futuro.  "É uma iniciativa de grande impacto social que visa melhorar a qualidade de vida e as condições de habitabilidade da população urbana, incluindo as vulneráveis​​, através de um desenvolvimento urbano abrangente", disse Requena.

Entre as ações incentivadas pela Instituição como parte do programa Cidades com Futuro está o Concurso de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social, o qual tem como objetivo premiar e apoiar projetos em cidades latino-americanas que buscam melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos, promovem a melhoria das funções urbanas com maior eficiência, preveem considerações para o crescimento demográfico urbano e são responsáveis ​​perante as necessidades ambientais e as condições de risco.

Tudo isso através da concepção e do desenho de projetos inovadores, relevantes, justificados e realizáveis. É uma iniciativa que responde às oportunidades e necessidades que a nossa região apresenta no âmbito urbano, já que a concentração demográfica que observamos nas cidades, seu auge como modelo de desenvolvimento econômico e, claro, a necessidade de atender às diferenças sociais e de oportunidade.

Este ano, o Concurso recebeu 68 propostas de 12 países, totalizando 143 projetos inscritos em suas três edições.

O júri deste ano foi formado pelos arquitetos:

• Ximena Samper, da Universidade de Los Andes, em Bogotá; mestre de Desenho Urbano pela Universidade de Harvard; subgerente da empresaG.X Samper Arquitectos- Germán e Ximena Samper Arquitectos; diretora de Mestrado em Ciências da Habitação da Universidade de la Salle, em Bogotá, Colômbia.
• Sharif Kahatt, PhD pela Escola Técnica Superior de Barcelona; mestre em Desenho Urbano pela Universidade de Harvard; diretor daK+M Arquitectura y Urbanismo; professor da Universidade Católica do Peru, em Lima.
• Antonio Lipthay, arquiteto da Pontifícia Universidade Católica do Chile; mestrado City Design and Social Sciencepela London Schoolde Economia e Ciências Políticas; professor da Universidade Católica do Chile, em Santiago; diretor da firmaMobil Arquitectos.

Mapocho Pedaleable

Para o júri, o destaque desta iniciativa chilena foi a relativa economia de recursos que beneficia uma população de tamanho significativo. Também valorizou o alto nível do desenho que caracteriza a proposta, destacando, além disso, sua capacidade de integrar a natureza e a cidade, infraestrutura e paisagem, em um projeto ousado e de ampla eficiência.

O projeto localiza-se em um lugar precário da cidade de Santiago do Chile e aproveita o potencial de uma infraestrutura concebida unicamente para resolver as inundações causadas pelo Rio Mapocho, transformando-o em um eixo de mobilidade como uma rota de bicicleta (biciruta). Assim, a cidade iria desfrutar de uma nova conexão entre as comunidades que permitiria uma maior integração social e física dos diversos setores da cidade.

Os autores do projeto são os arquitetos Tomás Echiburú Altamirano, Osvaldo Larraín, Daslav Bremer e Ignacio Abe, da BEAP; Pablo Lara Saintard, da pedaleable.org, como apoio social; Mauricio Ávila Capitani, de Happy Ciclistas, como representante da comunidade e do município de Providencia.

Guadua Activa: Plantación de Caña Guadua, Formación de la población y Construcción una Escuela-Taller 

Este projeto colombiano foi destacado pelo júri pela ingenuidade em sua abordagem social que explora o papel da arquitetura na educação e cria um senso de comunidade.

Neste caso, o intercâmbio entre o programa social e a forma proposta demonstra grande coerência, e o júri destacou o valor da proposta como solução adequada e adaptável aos ambientes urbanos da América Latina em média e pequena escala, com as tecnologias adequadas dos habitantes de um lugar.

Os autores deste projeto são os professores Carlos Hernández Correa, Martín Anzellini, Catalina López, Santiago Pradilla, Daniel Feldman e Antonio Yemail, da Faculdade de Arquitetura da Pontifícia Universidade Javeriana; os arquitetos Elena Gómez Merino, Ruth Cuenca Candel e Juana Canet Rosselló, doEstudio SPN; os professores Santiago Pradilla e Orfelina Quinto, dePalomino Cultural; e a Prefeitura Local de Palomino e Corpoguajira. 

Franja de Convivencia Ciudad Ambiente

O projeto mexicanoFranja de Convivencia Ciudad Ambienterecebeu a Menção Honrosa. Seus autores são os arquitetos Gilda Valencia Casado, Moritz Bernoully, Piedad Gómez Sánchez, Heriberto Maldonado Chávez, Flor Marín Zamora e Gilda Valencia Casado, decolectivo a; Alberto Vanegas Arenas, da Direção de Desenvolvimento Social da Delegação Tlalpan; Antonio García Sandoval e Miguel Antonio Gonzalez Nova, representando a Comunidade de Ejido San Andrés Totoltepec.

O júri destacou a relevância do projeto como resposta à condição fronteiriça no contexto das cidades latino-americanas. O projeto tem a virtude de criar um tipo de intervenção urbana capaz de se adaptar às formas indeterminadas dos limites das cidades. Também estabelece um limite com espessura entre a cidade e o rural, o qual é usado para gerar uma economia produtiva e um espaço para recreação, encontro e mobilidade.