Como apoiar o empreendedorismo que gera emprego e produtividade na América Latina
O Relatório de Economia e Desenvolvimento do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina - propõe duas estratégias fundamentais: enfocar nos empreendedores potencialmente transformadores e promover a mudança daqueles com menor potencial para posições assalariadas.
(Bogotá, outubro de 2013) -O grande desafio do empreendedorismo na América Latina é dar um salto das atividades de subsistência para as atividades transformadoras que geram novos produtos, mercados, renda e emprego. Isso é o que sugere o Relatório de Economia e Desenvolvimento 2013 do CAF.
Na América Latina há uma enorme fração de pequenas e, principalmente, microempresas, que concentram uma parte significativa do emprego total. De acordo com o relatório do CAF, a maior parte dos empreendimentos não consegue crescer a fim de se converter em médias e grandes empresas, cobrir mercados mais amplos ou chegar a exportar.
Na verdade, a maioria das microempresas seria um mero refúgio do desemprego. A Pesquisa CAF 2012, realizada em 17 cidades de nove países da América Latina, sugere que cerca de 75% dos microempresários são empreendedores por necessidade e que seu potencial de crescimento é muito limitado. A grande maioria assemelha-se mais a assalariados informais, já que são menos escolarizados e provêm de níveis socioeconômicos mais pobres que os assalariados formais.
Mas, ainda dentro desses microempresários, a parte que teria potencial de crescimento é significativa. Os resultados indicam que 25% poderiam crescer, não fossem restrições como a escassez de pessoal qualificado, problemas de acesso a recursos financeiros, tecnológicos e de inovação, e a falta de instrumentos de formação e de redes para o fortalecimento do talento empresarial.
Além disso, o fraco dinamismo das empresas formais limita o aproveitamento correto de dinâmicas tais como ospin-offou a criação de empreendimentos a partir de ideias, conhecimento ou contatos adquiridos em empregos anteriores. De acordo com o estudo do CAF, mais de 30% dos empreendedores das principais cidades da região nascem a partir de umspin-off, que também se caracterizam por ter uma maior propensão para transcender para o autoemprego e criar companhias com mais de cinco empregados.
Em suma, o estudo do CAF ressalta a necessidade de rever as políticas dirigidas à promoção do empreendedorismo para favorecer a transferência daqueles com menos potencial para posições assalariadas e para garantir a focalização do apoio para os empreendedores que são potencialmente transformadores, através de uma proposta multidimensional e que integre aspectos relacionados com o desenvolvimento do talento empresarial, a promoção da inovação, o acesso ao financiamento e o treinamento da mão-de-obra.