Situação do empreendedorismo na América Latina é analisada na apresentação do RED 2013
A nona versão do Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED) foi apresentada por Pablo Brassiolo, economista do CAF, e discutida por especialistas na área.
(Quito, 2 de outubro de 2013)- O CAF - banco de desenvolvimento da América Latina - junto com a Corporação para o Empreendedorismo e a Inovação do Equador (CEIE) apresentaram a nona edição do Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED 2013): Empreendedorismo na América Latina: da subsistência para a transformação produtiva.
O evento contou com a participação de autoridades do governo e de palestrantes especialistas que contribuíram com a análise da situação do empreendedorismo, sua importância e impacto.
"O CAF, como instituição comprometida com o desenvolvimento sustentável, abre espaços de análise que reúnem os diferentes atores para que contribuam para uma melhor compreensão do papel do empreendedorismo no desenvolvimento e na produtividade das economias dos países-membros", disse Hermann Krützfeldt, diretor-representante do CAF no Equador.
A apresentação do Relatório foi feita por Pablo Brassiolo, principal economista do CAF, que explicou que para sua elaboração foram utilizados dados oficiais e uma pesquisa própria realizada em 17 cidades da região, levando à conclusão de que a América Latina se caracteriza por uma alta taxa de empreendedorismo entre sua população ativa, mas que 75% dos empreendedores da região são, na realidade, microempresários com menos de cinco funcionários. Quer dizer, os empreendimentos caracterizam-se por ser unipessoais.
Esta situação evidencia um contraste importante entre a América Latina e as nações mais desenvolvidas; na região, as empresas são menores ou se formam menos empresas com alto potencial de crescimento.
Brassiolo concluiu sua apresentação mencionando que é fundamental que os governos e o setor privado colaborem na criação de ecossistemas de empreendedorismo que possam se adaptar à realidade latino-americana e que contribuam para a produtividade através de políticas públicas.
Fórum
Com o objetivo de abrir um espaço de reflexão sobre o assunto, o RED foi analisado por especialistas no tema, incluindo David Molina, vice-ministro coordenador de Produção; Guido Caicedo, catedrático da Escola Politécnica do Litoral; Enrique La Mota, diretor geral da Aymura Capital Estratégico; e Fernando Moncayo, diretor do Asiam Business Group.
Durante o encontro discutiu-se a diferenciação entre os empreendimentos criados para subsistência e os empreendimentos dinâmicos, sendo que os últimos são os que realmente contribuem para a mudança da matriz produtiva do país. As conexões produtivas foram outra questão analisada, sugerindo que a dificuldade empreendedora se deve a que os empreendimentos ocorrem principalmente em áreas comércio e serviço. Daí a importância de unir as necessidades produtivas com o talento inovador a fim de produzir valor agregado.
A experiência dos empreendedores e a capitalização dos ensinamentos foram outros pontos do debate que levantou a necessidade de desmistificar o sucesso absoluto dos empreendimentos.
Para finalizar o diálogo, o ministro de Produção e Indústrias, Ramiro González pediu às pequenas e médias empresas que se associem como estratégia de desenvolvimento e competitividade. Além disso, mencionou a importância de gerar novos modelos de financiamento e a redução da burocracia que é necessária para a criação de empresas.
Aliança para o empreendedorismo e a inovação no Equador
Como parte do evento, Herman Krützfeld , diretor- representante do CAF no Equador, e Camilo Pinzón, presidente da diretoria da Corporação para o Empreendedorismo e a Inovação, assinaram um acordo pelo qual o CAF se integra ao projeto "Aliança para o empreendedorismo e a inovação no Equador".
A contribuição do CAF à aliança será para o fortalecimento de seus projetos em áreas relacionadas com a formação de empreendedores, a criação de oportunidades de diálogo público-privado, a criação de informação com oportunidades para empreender e inovar, e na execução de "innovation challenges", com os que, através destes desafios, se integre aos setores público, privado e acadêmico.
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