Espanha e América Latina têm um futuro compartilhado
A Secretária de Estado de Cooperação Internacional e para Ibero-américa e o CAF - banco de desenvolvimento da América Latina - promovem um "Diálogo Aberto: Rumo a um futuro compartilhado Espanha-América Latina".
Um grupo de intelectuais analisou as perspectivas da realidade política, econômica e social ibero-americana.
A Espanha e a América Latina têm um futuro compartilhado e podem aprofundar as suas relações no âmbito político, econômico e social, segundo afirmaram intelectuais e especialistas ibero-americanos que participaram, na sede da Casa de América, em Madri, em um Diálogo Aberto, organizado pelo Ministério de Assuntos Exteriores e de Cooperação, através da Secretaria de Estado de Cooperação Internacional e para Ibero-américa junto com o CAF - banco de desenvolvimento da América Latina-, com a colaboração da Casa de América.
As reflexões obtidas confirmaram o título do encontro: "Rumo a um futuro compartilhado Espanha-América Latina", que serviu para analisar com detalhe os aspectos importantes de interesse comum para a Espanha e a América Latina, como destacou Jesús Gracia, secretário de Estado de Cooperação Internacional e para Ibero-américa, em sua palestra.
Gracia apostou abrir o caminho para as reflexões políticas que intensifiquem as relações entre a Espanha e a América Latina. O secretário de Estado agradeceu, como coorganizador deste Diálogo Aberto, a participação de todos os especialistas para debater, de uma maneira sincera, o modo de promover essas relações.
O presidente-executivo do CAF, Enrique García, destacou a discussão frutífera mantida na Casa de América com o objetivo de fortalecer as relações entre a Espanha e a América Latina, e destacou o consenso básico sobre o seu futuro compartilhado.
García explicou que a América Latina tem agora uma enorme experiência em gestão de crises, aproveita dos investimentos chineses, reduziu significativamente a pobreza e a riqueza é mais bem distribuída. "A mensagem é que não devemos ser complacentes; a região exige um grande esforço de reformas importantes e evitar algumas das armadilhas para o seu futuro", declarou García. "O saldo é que a relação com a Ásia é importante, mas não podemos esquecer-nos da Europa e da Espanha; deve haver um equilíbrio adequado com relações simétricas", disse o presidente-executivo do CAF, destacando as oportunidades oferecidas pelo eixo Canadá-Estados Unidos-Europa-África, que permitirá que os países da região cresçam com uma taxa mais sustentada com a igualdade social. García concluiu sua apresentação salientando a necessidade de investimento estrangeiro para o desenvolvimento das infraestruturas na América Latina.
Boas-vindas
As palavras de boas-vindas foram de responsabilidade do anfitrião, o diretor da Casa da América, Thomas Poveda.
"O ponto de encontro entre os oceanos Atlântico e Pacífico, representado pelo Canal do Panamá, significa os laços de conexão entre a Espanha e a América Latina, e como um exemplo de desenvolvimento da região que conseguiu tirar da pobreza mais de 50 milhões de pessoas", declarou Poveda.
Durante o debate, moderado por Rafael Estrella, vice-presidente do Real Instituto Elcano; Rebeca Grynspan, secretária-geral Ibero-americana; José Botafogo, vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e ex-embaixador do Brasil na Argentina; Pedro Nikken, jurista venezuelano, ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos; e Guillermo Perry, ex-ministro da Fazenda da Colômbia, refletiram sobre a integração na América Latina ou o crescimento e as demandas da classe média, a partir de uma perspectiva de otimismo pela atitude aberta em relação ao espírito ibero-americano e de certa expectativa pela renovação que chega do espaço ibero-americano.
Rebeca Grynspan afirmou que os projetos realizados em setores como educação, saúde, infraestrutura e novas tecnologias devem ser divulgados porque "são o segredo mais bem guardado da história" e não permite que o caminho percorrido seja avaliado a partir de uma perspectiva de otimismo pela atitude aberta em relação ao espírito ibero-americano, dado o grau de maturidade e de relações bidirecionais existentes entre a Espanha e a América Latina. Além disso, os especialistas discutiram o papel dos Estados Unidos e da China na região para poder manter o índice de crescimento sustentável que está sendo registrado durante os últimos anos em um espaço de mais intercâmbios em ambos sentidos e com maior fluência.