Mais valor e mais sabor com as rotas do cacau do Equador
CAF e ICCO iniciam uma colaboração com a Fundación Maquita Cushunchic Comercializando como Hermanos (MCCH) para contribuir com o crescimento inclusivo da economia equatoriana, de acordo com a política pública de priorização do cacau e do turismo do Plano Nacional do Bom Viver
No âmbito de uma aliança estratégica regional entre o CAF e a ICCO, iniciou-se uma colaboração com a Fundación Maquita Cushunchic Comercializando como Hermanos (MCCH) para contribuir com o crescimento inclusivo da economia equatoriana de acordo com a política pública de priorização do cacau e do turismo do Plano Nacional do Bom Viver, em especial com o objetivo relacionado à transformação da matriz produtiva.
Como parte deste esforço, integram-se e se enriquecem os setores produtivo e turístico no âmbito da cadeia de valor do cacau, que gera emprego para mulheres e jovens na área rural, alivia a migração da população do campo para a cidade, garante a ligação entre as gerações, o respeito à identidade cultural e à produção amigável com o meio ambiente e segurança alimentar.
O CAF e a ICCO se unem ação da Maquita, que tem um impacto sobre mais de 360.000 pessoas. Em particular, a contribuição do CAF tem como objetivo melhorar a economia das famílias produtoras de cacau em Esmeraldas, Manabí, Guayas, Los Ríos, El Oro, Napo-Pastaza, territórios que fazem parte da Rota Turística do Cacau.
No decorrer das próximas semanas será inaugurada a planta de produtos semiacabados de cacau em Guayaquil,a qual tem como objetivo produzir pasta de cacau em uma primeira fase e, posteriormente, elaborar pó, manteiga de cacau e chocolate. A planta vai operar junto com o centro de colheita de grãos de cacau em Guayaquil, com uma capacidade de processamento de 120 toneladas/mês de cacau em grão e uma produção mensal de cerca de 90 toneladas de pasta por mês. A matéria-prima que a planta vai utilizar será fornecida pelos 22 Centros Comunitários de Colheita, permitindo, assim, a obtenção de produtos de qualidade e cujo benefício contribuiria para melhorar a qualidade de vida das pequenas famílias produtoras de cacau.
"Esta colaboração tem como objetivo visibilizar e trabalhar em dois eixos inovadores: o primeiro, de caráter institucional, contribui para o tráfego da MCCH, que vai da fundação à empresa social, a fim de garantir e consolidar seu crescimento e sustentabilidade; e a segunda, de caráter produtivo, agrega valor à cadeia do cacau através do seu processamento de pasta de cacau e da promoção de rotas turísticas em zonas produtoras dos grãos", afirmou Ana Mercedes Botero, diretora da Iniciativa de Inovação Social do CAF.
A MCCH é uma organização equatoriana de economia social e solidária, fundada em 1985 para atender às necessidades da população de menos recursos econômicos através de uma comercialização solidária emoldurada na qualidade do produto com um peso e preço justo.A MCCH trabalha em 17 províncias do Equador, em setores com alto índice de pobreza e exclusão,facilitando o seu acesso à informação técnica e econômica para melhorar sua posição e condição nas relações de igualdade em sua família, organização e comunidade, com o principal objetivo de melhorar a sua qualidade de vida.
A ICCO é uma ONG holandesa fundada em 1964, presente em mais de 40 países e com experiência de mais de 45 anos gerenciando e monitorando anualmente mais de 70 bilhões de euros em questões como segurança alimentar, nutrição, agricultura, educação, gênero. Seus objetivos em temas de pobreza e desenvolvimento social se traduzem em três questões políticas: infraestrutura básica, democratização e construção da paz, e desenvolvimento econômico justo e sustentável.
"Esta colaboração tripartite entre CAF, ICCO e MCCH representa uma oportunidade de consolidação dos processos produtivos e comerciais que se iniciaram há 30 anos na costa e na Amazônia equatoriana, com a participação de 4287 famílias vulneráveis decididas a desenvolver um modelo de comercialização direta entre o produtor e o consumidor, incorporando valor agregado à produção de cacau e elevando os níveis de qualidade no serviço turístico comunitário", comentou María Jesús Pérez, diretora da Maquita Cushunchic. "A proposta faz parte dos princípios da economia social e solidária, contribuindo, assim, para a melhoria da renda da economia familiar, promovendo o desenvolvimento endógeno sustentável", declarou.
"Com este projeto haverá um impacto direto na melhoria das condições de vida das famílias relacionadas às atividades turísticas e de produção do cacau de seis territórios do Equador, integrando processos de formação, gestão social, gestão agroindustrial e gestão empresarial da cadeia de valor do cacau", afirmou, por sua vez, Conny Toornstra, diretora regional da ICCO América do Sul. "O projeto conta com uma firme decisão institucional de várias partes interessadas (Governo Nacional, Municípios, ICCO-MCCH, CAF, Cooperação Espanhola, Associações de Produtores, entre outros), o que garante uma maior possibilidade de sucesso, de escalabilidade e de replicabilidade do modelo em outras cadeias de valor", continuou.
"Com base no mencionado acima será provado que é possível estabelecer um negócio, participar e competir em mercados tradicionais exigentes através de um foco na economia social e solidária, garantindo o desenvolvimento sustentável e a igualdade. Além disso, através da promoção das Rotas de Cacau, os visitantes vão conhecer e apreciar os recursos naturais e humanos que o Equador possui".