Finanças e sustentabilidade, um tema fundamental para o setor financeiro
CAF e UNEP-FI realizaram um seminário no qual abordaram questões relacionadas com as políticas ambientais, a regulamentação necessária para as finanças sustentáveis e a gestão dos riscos ambientais e sociais nas suas operações
Com o objetivo de promover um espaço de diálogo e reflexão, o CAF - banco de desenvolvimento da América Latina-, junto com a Iniciativa Financeira do Programa de Meio Ambiente da OrganizaçãodasNações Unidas (UNEP-FI), desenvolveu o Seminário: "Mais Além das Finanças: As Finanças Sustentáveis".
Bernardo Requena, diretor-representante do CAF no Equador, destacou que o evento faz parte da estratégia da instituição na promoção do desenvolvimento sustentável através de uma maior compreensãoe gestão dos riscos e oportunidades ambientais e sociais na região.Neste sentido, mencionou que o CAF promove treinamentos e cursos relacionados com critérios de sustentabilidade ambiental e social no setor financeiro que podem ser replicados em outras instituições.
A primeira sessão também contou com a presença de Andrés Hubenthal, subsecretário de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MAE); Pedro Solines, superintendente da Banca e Seguros do Equador, e Rubi Hernández, coordenadora regional para a América Latina da UNEP-FI.
Solines, como a mais alta autoridade do órgão de regulação bancária no país, fez um chamado para a união dos esforços detodas as partes interessadas em estabelecer uma legislação no futuro próximo que permita que os créditos, análises de riscos, criação de valor sejam compatíveis com a proteção do meio ambiente.
A principal palestra do evento teve a participação de Gustavo Portaluppi, especialista em financiamento sustentável e consultor da UNEP-FI, que destacou o papel e a importância da sustentabilidade no setor bancário. "A relação entresustentabilidade e finanças é uma questão fundamental; trata-se de um desafio muito grande, mas possível se nós o enfrentamos a tempo", declarou. "O setor financeiro tem a capacidade de fechar a lacuna do financiamento necessário para o desenvolvimento sustentável e apoio a transição para uma economia baixa em carbono".
Além disso, mencionou as barreiras que as instituições financeiras enfrentam ao querer implantar temas de sustentabilidade. No entanto, indicou que os benefícios como a minimização de riscos, redução de custos, abertura de novas fontes de renda, melhoria daimagem e afinidade com a comunidade têm permitido que mais instituições tornem-se conscientes da importância da sustentabilidade em suas operações.
O evento contou com várias sessões nas quais especialistas nacionais e internacionais expuseram suas experiências na área das finanças sustentáveis.
Janeth Pacheco, representante da Associação dos Bancos Privados do Equador, disse que na associação todos os bancos estão conscientes do papel que desempenham na economia. "O crescimento nãopode ocorrer foradasquestões relacionadas com a sustentabilidade e, portanto, é necessário o estabelecimento de iniciativas público-privadas", mencionou.
Por sua parte, Angel Valverde, diretor de Mitigação das Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente do Equador, considera que é necessário estender os laços de colaboração com as instituições do sistema financeiro (público e privado) para alcançar o estabelecimento de práticas ou normas necessárias para o setor que possam ser a base de conhecimento não apenas para os bancos comerciais, mas para que as pequenas cooperativas financeiras também possam implantar temas de sustentabilidade em sua gestão.
Mauricio Velásquez, coordenador do programa regional da Gestão Ambiental e Social para Instituições Financeiras do CAF afirmou que o evento cumpre um mandato da última reunião do grupo de trabalho da América Latina da UNEP-FI, realizada na Colômbia, no ano passado, onde se concordou com a necessidade da existência de um espaço para que o setor público, privado e entidades reguladoras equatorianas pudessem expor suas ideias.
Finalmente, exortou às entidades participantes que produzam um documento com as principais conclusões do seminário, as quais serão um primeiro passo no avanço das diretrizes para as finanças sustentáveis no Equador.