Multilaterais participam de encontro empresarial no Uruguai
CAF, BID, BM e Banco República divulgaram produtos, serviços e opções de financiamento para o setor privado nacional em um evento organizado pelo Ministério de Economia e Finanças
Com o objetivo de divulgar produtos, serviços e opções de financiamento para setor privado nacional do Uruguai, o CAF - banco de desenvolvimento da América Latina, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Corporação Financeira Internacional, integrante do Grupo Banco Mundial (BM) e o Banco da República Oriental do Uruguai (BROU) participaram de um encontro empresarial organizado pelo Ministério de Economia e Finanças (MEF).
O subsecretário de Economia e Finanças, Jorge Polgar, destacou o interesse do governo em promover a expansão dos setores especializados em infraestrutura, tecnologia e inovação. Assegurou que esses mercados são uma oportunidade para as instituições multilaterais, que contam com os recursos necessários para investir em áreas com "alto potencial", mas também com "alto risco".
"Pedimos para que as multilaterais cheguem aonde os bancos locais não chegam, que se aproximem das áreas de impacto para o desenvolvimento, que ajudem a criar o que o país não tem, que ofereçam prazos que outros não oferecem, que atraiam investimentos de risco", disse Polgar. "Sei que não é fácil, mas é desenvolvimento".
Omar González, especialista sênior do Setor Privado do CAF, afirmou que a instituição conta com diversas operações de financiamento para o setor não soberano, que vão desde linhas de crédito em curto prazo até financiamento estruturado para projetos de investimento em longo prazo. "O CAF fechou o ano de 2013 com um total de USD 12 bilhões em empréstimos aprovados", declarou González. "Além disso, a carteira geral no fechamento do ano foi de USD 18,2 bilhões e o patrimônio líquido fechou em USD 7,8 bilhões".
González indicou que os créditos foram assim distribuídos: 35% para projetos relacionados ao desenvolvimento de infraestrutura; 28% para propostas energéticas; 18% para o desenvolvimento social; 12% para as empresas dos setores produtivos e financeiros; e 7% para outros tipos de investimentos. O financiamento para a dragagem que a empresa Gas Sayago realiza e as linhas de crédito para as empresas Cereoil e Teyma, assim como o crédito para a construção do parque eólico Cadonal são as apostas realizadas no Uruguai.
Por sua vez, Martin Duhart, principal encarregado de Investimentos do BID, referiu-se ao interesse de atrair novos investidores para o país. "Nosso interesse é trabalhar com empresas rentáveis, sustentáveis com o tempo e que atendam aos critérios de transparência exigidos", afirmou. "As instituições multilaterais oferecem a possibilidade de acesso a créditos de longo prazo junto com um plano de assistência técnica, ao mesmo tempo em que administram quantias que a banca local não pode alcançar".
Salem Rohana, representante no Cone Sul do IFC, organização pertencente ao grupo BM, disse que o futuro do investimento está na infraestrutura que deve acompanhar o crescimento econômico e produtivo do país. "O setor privado uruguaio olha mais para fora", explicou Rohana. "O país está atraindo investimentos e acreditamos que está preparado para continuar demonstrando sua capacidade de resistência perante os choques internacionais". Segundo este ponto de vista, disse que as multilaterais são mais propensas a investir no que qualificou de "um novo Uruguai".
O presidente do BROU, Julio César Porteiro, encerrou o evento e destacou que o banco como um banco de desenvolvimento conta com uma licitação anual de projetos de investimento que permite identificar as iniciativas que podem ser beneficiárias de créditos em condições mais suaves, entre outros produtos oferecidos pela instituição às empresas. Porteiro afirmou que este produto permite avaliar os aspectos financeiros junto com outros elementos, como a geração de empregos, a localização da companhia que solicita o empréstimo, o valor agregado das exportações e os sistemas de produção, rastreabilidade e qualidade. "É claro que nos próximos anos os projetos de infraestrutura de grande porte exigirão maiores investimentos que o BROU não poderá enfrentar sozinho", disse Porteiro. "Nós deveremos lidar com estas novas propostas junto com as agências multilaterais de crédito".