Analisam a promoção de um acordo global perante as mudanças climáticas em 2015

Com o propósito de aumentar a visibilidade e a reflexão sobre o fenômeno das mudanças climáticas e seus efeitos, o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- e a União Europeia (UE) organizaram o seminário sobre "Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas", prévio à PreCop, agendada para o mês de novembro na Venezuela.

Aude-Coliche Maio, embaixadora da UE, e Luis Enrique Berrizbeitia, vice-presidente-executivo do CAF, abriram o evento, que serviu como cenário para analisar e debater os desafios e as oportunidades necessários para se alcançar um acordo global em 2015 na luta contra as mudanças climáticas.

"A região deve se converter em um território eficiente que promova o desenvolvimento e reduza a vulnerabilidade perante as mudanças climáticas", disse Luis Enrique Berrizbeitia. "Nesse sentido, o CAF promove programas e projetos dirigidos a incentivar o crescimento das economias da região, com critérios de sustentabilidade ambiental e social, a fim de obter as melhores condições de vida para a população atual e para as gerações futuras".

Por sua vez, Aude-Coliche afirmou que o planeta necessita urgentemente de um acordo global que seja ambicioso, integral e vinculante. "Na União Europeia conseguimos dissociar o crescimento econômico do aumento dos gases de efeito estufa", disse a embaixadora. "Pudemos comprovar que o crescimento, o emprego e a proteção do clima podem caminhar de mãos".

Nos países em desenvolvimento, a UE contribui com o equivalente a USD 2,2 bilhões para a luta contra as mudanças climáticas."Um de cada cinco euros do orçamento total entre 2014 e 2020 será  destinado para projetos e políticas relacionados a  este tema", acrescentou a embaixadora.

Mais além do ambiental

Para Ligia Castro, diretora de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do CAF, os esforços de adaptação são um dos principais desafios da América Latina e do Caribe. "O financiamento no contexto internacional e regional para a adaptação às mudanças climáticas está aumentando, mas ainda é insuficiente para atender às necessidades previstas", disse Castro. "Estes espaços permitem o intercâmbio de experiências, a discussão de medidas e a promoção de práticas alinhadas com desenvolvimento sustentável".

Durante sua participação no seminário, Anne Charlotte Becker, DG Clima-UE, falou sobre "O crescimento verde: a perspectiva da União Europeia". Em sua palestra, destacou que as políticas de mitigação vão mais além das políticas setoriais e ambientais. "Através de políticas voluntárias, a União Europeia reduziu suas emissões de gases de efeito estufa, superando o compromisso assumido em Quioto", declarou Becker. "Agora, em vista do acordo global a ser negociado em Paris em 2015,a UE irá apresentar o seu novo objetivo que é reduzir as suas emissões em 40% até 2030".

O evento teve a participação de especialistas internacionais como James Painter, professor da Universidade de Oxford; Guillermo Dascal, do projeto Euroclima, autoridades nacionais, como Dalia Hernández, vice-ministra para Novas Fontes e Uso Racional da Energia Elétrica do Ministério do Poder Popular para a Energia Elétrica; representantes de empresas públicas e privadas, acadêmicos e jornalistas.

A agenda foi dividida em dois blocos. Na parte da manhã foram abordados os temas relacionados com a mitigação, a eficiência energética, o financiamento verde e energias renováveis. À tarde tratou-se de aspectos relacionados com a adaptação às mudanças climáticas, vulnerabilidade, melhores práticas, entre outros.

O seminário "Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas" é a antessala da PreCop, que será realizada na Venezuela no início de novembro, da COP Peru, agendada para 20 de dezembro deste ano, e da COP Paris, em 2015.