Empresas B, uma nova forma de fazer negócios
Como parte da aliança entre o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- e o Sistema B, em associação com as câmaras binacionais de comércio Argentino-Holandesa e Argentino-Alemã, realizou-se no dia 28 de outubro, em Buenos Aires, o evento "Empresas B: Redefinindo o sentido do sucesso nos negócios".
As Empresas B são uma nova classe de empresa que gera, simultaneamente, rentabilidade financeira e impactos positivos na sociedade e no meio ambiente.Diferem-se das empresas tradicionais por cumprir padrões elevados e rigorosos em matéria de governança, responsabilidade e transparência. Além disso, incorporam esta maneira de operar em seus estatutos, considerando, de modo vinculante, os interesses de longo prazo de todos os seus públicos-alvo no momento de tomar decisões.
A cerimônia de abertura do evento foi de responsabilidade de Marnix Van Iterson, presidente da Câmara Argentino-Holandesa, e de Rubén Ramírez, diretor-representante do CAF na Argentina.
Van Iterson destacou que as Empresas B não representam uma revolução, mas sim uma evolução, ao mesmo tempo em que viabilizam a captação de investimento de impacto para a região.
Por sua vez, Rubén Ramírez afirmou que o CAF tem uma oportunidade privilegiada para contribuir com a construção de um ecossistema favorável na América Latina, no qual este novo tipo de empresas possam se desenvolver. "Nossa agenda de desenvolvimento sustentável da região contempla as variáveis econômicas, ambientais e sociais", disse Ramírez. "Nesse sentido, as Empresas B se tornam um veículo eficaz para consolidar um novo modelo de negócio que coloca a rentabilidade a serviço de sua missão".
Gonzalo Muñoz, presidente do Conselho do Sistema B e principal orador, explicou como as Empresas B utilizam as forças do mercado, colocando-as a serviço do social e do ambiental para, assim, contribuir com a construção de sociedades mais humanas, justas e equitativas. "O sucesso não se restringe a ganhar dinheiro; a importância de ter um propósito para existir é fundamental", destacou Muñoz.
O painel de discussão foi formado pelo diretor-executivo do Sistema B, Juan Pablo Larenas, e três empresas argentinas que são certificadas como Empresas B - Conexia, Ovis XXI e Tonka. Conexia, empresa que oferece à comunidade acesso a um sistema de saúde mais eficiente através da tecnologia da informação, foi representada por Sebastián Letemandia, diretor de operações. Ricardo Fenton, diretor e fundador da Ovis XXI, explicou que o objetivo da sua empresa é aumentar a rentabilidade da pecuária ao mesmo tempo em que regeneram pastagens. E, o representante da Tonka, uma das maiores produtoras e fornecedoras de artefatos de gás na Argentina, foi Peter Freidrich, seu gerente-geral.
O ponto central do debate foi o desafio que essas empresas possuem para maximizar seus retornos financeiros e ampliar suas operações, ao mesmo tempo em que mantêm seus propósitos. Os palestrantes descreveram a missão e os objetivos das suas empresas, assim como a razão pela qual decidiram se transformar em Empresas B. Eles também falaram sobre os problemas do país que suas empresas ajudam a solucionar.
Ana Mercedes Botero, diretora da Iniciativa de Inovação Social do CAF, que moderou o debate, destacou a importância de se utilizar a força dos negócios para resolver os desafios do século XXI em questões sociais e ambientais. "As Empresas B representam uma mudança de paradigma; reincorporam a ética ao mundo dos negócios e demonstram que o setor privado pode ser um verdadeiro agente de mudança para contribuir de maneira significativa para a agenda de desenvolvimento da região", disse Botero.
Sistema B é a organização que promove a construção do ecossistema favorável à criação de Empresas B e a consolidação do modelo na região.