Cacau equatoriano: moeda de bem-estar e inclusão
Acompanhamos a transformação de uma ONG em empresa social para demonstrar o impacto da sua ação em favor da melhoria das condições de vida da população rural com altos índices de pobreza, incentivando o desenvolvimento produtivo e turismo do eixo geográfico que vai do litoral até a Amazônia do Equador.
O cacau do Equador é o produto de maior exportação no país, especialmente na zona costeira, onde se caracteriza pelo seu potencial como produtor de cacau de fino aroma, um dos mais valorizados no mundo. Com a Cooperação Holandesa ICCO e a Fundación Maquita Cushunchic Comercializando como Hermanos, a Iniciativa de Inovação Social CAF se une a uma aliança internacional para incentivar o desenvolvimento produtivo e turístico de um eixo geográfico que vai do litoral até a Amazônia do Equador, e que beneficiará de maneira direta a mais de mil famílias.
O projeto inclui o fortalecimento institucional da fundação para acompanhá-la em sua transformação de ONG para empresa social, com alta probabilidade de se converter em uma Empresa B. Sem dúvida, trata-se de uma ação inovadora que vai deixar sua marca no setor e que pode servir de exemplo para entidades semelhantes em outros países da região. Esta organização obteve vendas líquidas de $21 milhões e lucros da ordem de $3 milhões, tornando-se um ponto de referência para a sustentabilidade econômica, social e ambiental com um grande potencial.
O componente vital da proposta é melhorar as condições de vida de uma população rural com altos índices de pobreza, atingida por oportunidades limitadas de emprego, a subvalorização das suas colheitas, enfrentando o abandono do campo para ir às cidades em busca de melhores oportunidades, o que, na maioria dos casos, não acontece.
A partir do reconhecimento deste problema se propõe a criação de oportunidades sociais e econômicas, de emprego produtivo, especialmente para mulheres e jovens, fortalecendo as raízes e a identidade cultural através do desenvolvimento turístico de uma região que tem todas as possibilidades de se tornar um motor alternativo da economia nacional. Ao mesmo tempo, incentiva-se o aumento da produção de cacau de qualidade e sua transformação para sua exportação e venda a preços competitivos no mercado internacional, sob os parâmetros de produção amigáveis com o meio ambiente e a segurança alimentar.
Neste sentido, o início das operações da planta de cacau semielaborado marca o início desta ambiciosa operação, onde serão processados produtos com valor agregado. Deve-se destacar que o trabalho entre ICCO e Maquita está fortalecendo 342 organizações de base, coordenando quase 75.000 produtores em 17 províncias do Equador. Já na área turística se destacam a instalação de Centros de Turismo Comunitário, restaurantes, cafés e cabanas de alojamento ao longo de nove províncias, trabalhando em coordenação com os governos descentralizados.