Sistema Público de Bicicletas vai interconectar três distritos de Lima
Miraflores, San Borja e San Isidro, com o apoio do CAF, vão implantar um sistema público de bicicletas para incentivar seu uso intermodal e interdistrital
Este projeto visa contribuir com o desenvolvimento do transporte não motorizado e reduzir as emissões de poluentes na capital peruana
O CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- assinou um acordo de cooperação técnica com os municípios distritais de Miraflores, San Isidro e San Borja para o desenvolvimento do Projeto de Estruturação de um Sistema Público de Bicicletas, a fim de incentivar seu uso intermodal e interdistrital, visando contribuir com o desenvolvimento do transporte não motorizado e reduzir as emissões de poluentes na cidade de Lima.
O projeto envolve a elaboração e a estruturação técnica do Sistema Público de Bicicleta (SPB), que partirá da definição dos componentes básicos que o integra, a previsão inicial da demanda potencial de usuários, a infraestrutura, o equipamento urbano, a operação; as previsões de custos, assim como a tecnologia mais adequada para a sua execução.
O documento foi assinado por Eleonora Silva, diretora-representante do CAF no Peru; e Jorge Muñoz, Marco Álvarez e Manuel Velarde, prefeitos dos distritos de Miraflores, San Borja e San Isidro, os quais reúnem mais de 250 mil habitantes e que, por serem centros financeiros e comerciais da capital, registram elevados níveis de tráfego de veículos, recebendo diariamente uma população flutuante significativa (aproximadamente 1.410.000), devido a trabalho, negócios, estudo ou turismo.
Guia Prático
O acordo de cooperação foi assinado como parte da apresentação do "Guia Prático de Implantação de Sistemas Públicos de Bicicletas para a América Latina", o qual foi desenvolvido pela Fundação Cidade Humana, com o apoio do CAF e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
O guia é o resultado das experiências internacionais de implantação de sistemas públicos de bicicletas, e mostra quais foram os fatores determinantes para o seu sucesso em cidades como Amsterdã, Barcelona, Pequim, Berlim, Bogotá, Bruxelas, Copenhague, assim como em Londres, Montreal, Nova York, Paris, Santiago e Rio de Janeiro, entre outras.
O documento afirma que, além de financiar a realização de um SPB, o desafio dos municípios é obter sua sustentabilidade financeira, operacional e social do sistema. Além disso, assinala que os altos custos de operação não dependem somente da qualidade dos equipamentos, mas também da eficiência do serviço, o qual deve ser coerente com as necessidades dos usuários para realizar um elevado número de viagens, através de um equilíbrio adequado entre estações, a fim de garantir a disponibilidade de bicicletas e estacionamentos.
O guia prático destina-se a autoridades, investidores e organizações não governamentais da América Latina que desejem liderar a implantação de sistemas públicos de bicicletas (SPB) como uma das suas estratégias para promover a utilização em massa de meios de transporte alternativos e, assim, contribuir para a melhoria da cidade, a mobilidade, o meio-ambiente e a saúde pública.