A água tem potencial para estimular a economia da América Latina
Atender os desafios que a cobertura de água potável, esgoto e irrigação representam pode levar a um aumento na produtividade da região em torno de 20 anos
"É necessário, primeiramente, haver uma cobertura de água para o consumo humano para desenvolver, em seguida, os aspectos produtivos para o setor da agroindústria", explica José Carrera, vice-presidente corporativo de Desenvolvimento Social do CAF, ao se referir aos desafios do setor na América Latina, uma região que nos próximos 20 anos "está destinada a se converter em uma potência na produção de bens alimentares para toda a humanidade".
Carrera concedeu essas declarações durante os Diálogos da Água, um evento que foi realizado com o objetivo de fortalecer a colaboração entre a América Latina e a Espanha na gestão do setor hídrico da Ibero-américa.
O vice-presidente do CAF acrescentou que é necessário trabalhar para levar o serviço de água potável a 60 milhões de habitantes, e para que mais de 100 milhões tenham esgoto adequado.
"Consideramos que são metas perfeitamente realizáveis nos próximos 17 anos ou menos", disse Carrera.
Para contar com uma cobertura universal em água e saneamento é necessário um investimento de 0,3% do PIB regional, de acordo com o estudo Igualdade e inclusão social na América Latina: acesso universal à água e ao saneamento. O documento indica também a necessidade de complementar este investimento com 0,4% para a manutenção pode ter um impacto positivo na qualidade do serviço e na economia dos países.
Carrera considera que a América Latina entende este cenário e está direcionando seus esforços para alcançar os objetivos em cobertura e manutenção.
"Não apenas por direito, por consciência, por igualdade e inclusão é necessário apoiar uma política de Estado neste sentido, mas também porque é economicamente benéfico para a sociedade", disse o vice-presidente do CAF. "E eu acho que esse é um argumento muito importante do qual a região está ciente".