América Latina é uma das regiões mais afetadas pelo El Niño
O setor de água e saneamento é um dos mais vulneráveis a fenômenos climáticos como o El Niño devido às inundações e secas que este provoca em muitos países latino-americanos.O conhecimento que se tem deste fenômeno e das mudanças climáticas em geral permitiu que alguns países da região conhecessem a dimensão do perigo que enfrentam e quais são as áreas que podem ser mais afetadas.
Com o objetivo de gerar mais conhecimento sobre o tema, o CAF organizou no mês passado, em Lima, o evento " El Niño na América Latina", no qual especialistas de diversas áreas avaliaram os efeitos que este fenômeno pode ter sobre os setores produtivos da região.
No painel de água e saneamento debateu-se a respeito dos desafios que devem ser enfrentados no futuro próximo. Também se discutiu como a passagem do El Niño poderia deixar em evidência as carências da região em termos de organização e gestão do risco para as mudanças climáticas.
Um dos principais desafios é que os países devem entender que uma mudança de paradigmaé necessária na definição de aspectos técnicos da elaboração das suas obras de infraestrutura hídrica a fim de melhor adapta-las aos possíveis efeitos das mudanças climáticas e dos fenômenos que causam.
Por outro lado, também é indispensável uma melhor gestão do risco de desastres para o fortalecimento da institucionalidadena região. "Há aspectos institucionais e até mesmo reguladores que têm que ser adaptados para garantir que o que é planejado seja executado", disse Juan Calos Bertoni, moderador deste painel.
Apesar do registro de grandes avanços no campo de monitoramento e previsão das mudanças climáticas, é necessário que esses avanços se traduzam na implantação de políticas internas que tirem proveito dessa questão e reduza o impacto das mudanças climáticas na América Latina.
Por último, devem ser feitos esforços para melhorar o aspecto econômico e financeiro dos diversos órgãos responsáveis pela garantia dos serviços de água, saneamento e drenagem, já que sem financiamento não se pode abranger a questão das obras.
Durante o evento, a diretora-representante do CAF no Peru, Eleonora Silva Pardo, destacou a participação do banco na criação do Centro Internacional de Pesquisa do Fenômeno El Niño, no Equador, como uma demonstração do interesse da instituição para promover a gestão de risco de desastres na América Latina.
Neste link estão disponíveis de todos os vídeos das palestras. Clique aqui.