El Niño na América Latina: como atenuar seus efeitos no setor elétrico?
Os fenômenos El Niño e o subsequente La Niña são conhecidos atualmente como El Niño Oscilação Sul (ENOS) e são eventos hidrometeorológicos recorrentes que aparecem de forma irregular, normalmente entre cada dois a sete anos. El Niño provoca mudanças nos padrões de vento, pressão e temperatura. Se sua intensidade é severa, tem o potencial de impactar os cinco continentes.
Os indicadores atmosféricos do ENOS2015/2016 indicam que foi um dos mais fortes desde 1950, registrando anomalias na temperatura do mar superiores a 3°C em amplas áreas do Oceano Pacífico Tropical (dados do Centro Internacional para Pesquisa do Fenômeno El Niño - CIIFEN).
O relatório El Niño na América Latina: como atenuar seus efeitos no setor elétrico? traz os riscos que atingem o setor elétrico devido aos efeitos do ENOS, os quais afetam o desenvolvimento normal da geração, transmissão e distribuição de energia eléctrica. Isto se deve a alterações significativas nos parâmetros hidrometeorológicos (precipitação, variação da temperatura, mudanças nos padrões de velocidade e direção do vento, pressão atmosférica, evaporação, umidade relativa e radiação solar, entre outros) que comprometem a infraestrutura elétrica em diferentes níveis exposição física.
Uma das conclusões mais importantes foi a necessidade de incorporar o processo de planejamento estratégico de risco nos setores elétricos da região. Trata-se de uma ferramenta fundamental que permite examinar as tendências e repensar as estratégias de ação no desenvolvimento de uma política setorial de médio e longo prazo.
Neste sentido, o relatório explica uma metodologia de gestão integral de risco aplicada ao setor elétrico dos países latino-americanos com base nas vulnerabilidades mais relevantes dos serviços de fornecimento de energia elétrica na região. Já que o ENOS é um fenômeno recorrente, cujos efeitos podem ser agravados pelas mudanças climáticas, é necessário adaptar os sistemas elétricos nacionais para que possam aumentar a sua resistência. Para este fim são apresentadas recomendações de caráter estratégico para que os planejadores setoriais enfrentem os eventos deste fenômeno climático.
Este trabalho de pesquisa reúne as opiniões da consultora internacional Esperanza Colón; do diretor-geral de Energia Elétrica do Ministério de Energia e Minas do Peru, Javier Muro; da representante da Direção de Planejamento da Empresa ANDE do Paraguai, María de la Paz Barrail; do representante da Superintendência de Operações de Hidrologia do Complexo Binacional Itaipu Brasil, Auder Machado; e do meteorologista da Empresa AWS True Power da Espanha, LLorrenç Lledó, que foram consultados como parte do evento homônimo El Niño na América Latina: como atenuar seus efeitos nos setores produtivos?