Líderes do Uruguai debatem inovação e empreendedorismo em um encontro organizado pelo CAF
CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina- organizou o I Encontro de Líderes Nacionais no Uruguai com o objetivo de abrir o debate e conectar os pontos de vista de diversos setores a respeito das principais questões para o desenvolvimento do país, como a inovação e oi empreendedorismo. Cerca de 20 especialistas, que lideram empreendimentos de grande porte nas esferas políticas, econômicas, sociais e culturais, contribuíram com suas opiniões, ideias e desafios futuros.
"Este encontro faz parte das atividades que o CAF realiza de maneira complementar ao financiamento de projetos e que contribuem para gerar conhecimento, apoiar os países na definição de políticas públicas que promovem o crescimento e a inclusão social, e que nos permite levar adequadamente a definição de 'banco de desenvolvimento'", afirmou Gladis Genua, diretora-representante do CAF no Uruguai, na abertura do evento.
Por sua vez, Christian Asinelli, diretor de Desenvolvimento Institucional da entidade, destacou que todos esses encontros têm como objetivo gerar espaços de diálogo, de "amizade cívica" e de conhecimento entre os líderes dos diversos grupos. "O CAF é um banco de desenvolvimento que não impõe regras, mas sim que busca colaborar com o desenvolvimento dos países da região ao criar espaços, diálogos e vínculos", disse Asinelli. "É isso o que queremos incentivar com esses encontros".
O palestrante principal do evento foi o renomado empresário e empreendedor uruguaio Nicolás Jodal, cofundador e CEO da empresa Genexus. "Não pretendo estar correto com o que eu digo; o que quero é deixa-los pensando", advertiu Jodal, antes de oferecer seus comentários, que foram seguidos por um intercâmbio que os participantes puderam compartilhar em duas sessões, uma relativa à inovação e outra relacionada ao empreendedorismo.
Com base na sua experiência, Jodal refletiu sobre a origem das ideias inovadoras, destacando a importância da gestão dosbig data, a adaptação, a capacidade de transformação e de identificação de novos problemas, e a produção de ideias, todos os aspectos intangíveis que envolvem assumir riscos como o principal desafio.
Por sua vez, o empresário encorajou os presentes a executar ideias que não parecem muito boas. "'Por que não?' é a questão central que os empresários devem se fazer", assegurou.
Na mesma linha de pensamento, Álvaro García, diretor do Escritório de Planejamento e Orçamento, argumentou que para que haja progresso nessas questões o país deve erradicar esse costume tão uruguaio de dizer que 'sempre se fez assim', o que termina justificando a falta de ação e desacelerando o desenvolvimento. "Atualmente é necessário se concentrar em ser mais produtivo, melhor e diferente", afirmou García.
Já durante os debates, os vários participantes contribuíram com suas ideias e perspectivas para o futuro e concordaram que o Uruguai é um país ideal para funcionar como banco de teste de inovação social. Para isso, segundo sugeriram, é necessário melhorar a educação, promover a criatividade desde a infância, incentivar e oferecer oportunidades para os empresários e, acima de tudo, abandonar a cultura do 'não se pode'.
Além disso, concluíram que é preciso romper com o conceito que se tem a nível regional de que os empreendedores são pessoas irresponsáveis por assumir maiores riscos.
Também disseram que é necessário ficar claro que o empreendedorismo não é somente relevante no campo empresarial, mas sim tem a capacidade de transformar a realidade de áreas como a cultura, a educação e o meio-ambiente, entre outras, sendo que por isso é preciso incentivar o empreendedorismo levando em conta uma visão integral.
Além disso, os participantes concordaram em afirmar que o empreendedorismo na América Latina tem uma grande capacidade de resistência, graças à flexibilidade que seus habitantes desenvolveram a se adaptar às frequentes mudanças que ocorrem na região.