Bordando Esperança: um modelo produtivo humano para as penitenciárias no Paraguai
Com a presença de Carla Bacigalupo, ministra da Justiça; Fernando Infante, diretor-representante do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- no Paraguai; Ana Mercedes Botero, diretora de Inovação Social do CAF; e Hilda de Hieber, presidente da Fundação Princesa Diana, foi realizada a cerimônia de assinatura do acordo que fecha a parceria institucional para a elaboração de um modelo colaborativo de empresa social na Penitenciária Nacional Buen Pastor.
O projeto "Bordando Esperança" é uma iniciativa de inovação social que envolve as internas e suas famílias, o Ministério da Justiça, empresas privadas, ONGs e grupos religiosos, em um ecossistema que visa orquestrar a ação de diferentes partes em torno de um processo de reabilitação eficiente que contribua para melhorar os níveis de reinserção social e laboral da população privada de liberdade, de acordo com a política pública do Paraguai.
O piloto que será implantado na Buen Pastor tem como base um modelo produtivo inovador de cocriação entre as internas em conjunto com as autoridades penitenciárias. Uma experiência que foi implantada pela Iniciativa de Inovação Social do CAF em outros países da região, com resultados positivos em processos de empoderamento e geração de capacidades, onde tem sido fundamental a participação ativa de ambos os atores.
A ministra da Justiça, Carla Bacigalupo, expressou sua satisfação com o projeto de cooperação internacional com o CAF, organização multilateral que tem mostrado, desde o início, interesse em apostar na reinserção social no Paraguai, especialmente em mulheres privadas de liberdade.
Durante um congresso de 2015, começaram os primeiros contatos para os projetos de reintegração que o Ministério da Justiça estava empreendendo, como exemplo: a penitenciária industrial de mulheres Fujikura e a instalação do primeiro lugar permanente de vendas de produtos em Turista Roga. Ambos os projetos foram declarados de interesse nacional pela Câmara dos Deputados.
"O CAF sempre demonstrou seu interesse em apostar e investir nestes projetos de reinserção; começamos um trabalho em conjunto para que o CAF possa conhecer o projeto em profundidade, e atualmente é uma realidade com um plano-piloto de cooperação dirigido especificamente para as mulheres da Buen Pastor. Este programa incentivará todos os focos de reinserção social através da formação técnica e do fornecimento de ferramentas que melhorarão a qualidade e a quantidade da produção das mulheres privadas de liberdade", destacou a ministra da Justiça Carla Bacigalupo. "O compromisso de uma organização internacional pelos programas de reinserção é uma contribuição inestimável para a busca constante de humanizar as prisões no Paraguai, importante objetivo do governo nacional".
Por sua vez, Ana Mercedes Botero, diretora de Inovação Social do CAF, ressaltou a importância deste projeto como parte do desenvolvimento de soluções úteis para os desafios que, como a crise penitenciária, afligem a América Latina. "Como multilateral e a partir da inovação social, o CAF está presente neste desafio", disse Botero. "Estamos promovendo um modelo de negócio que visa contribuir e colocar em prática as diretrizes de Reforma do Sistema Penitenciário e Penal do Paraguai, que inclui a humanização dos centros de detenção, em particular o tratamento dos internos, através da geração de capacidades que contribuam para uma eficaz ressocialização e inserção laboral".
Outro aspecto destacado do modelo de negócio é o uso dos lucros por conceito das vendas geradas pelas diferentes atividades produtivas, os quais que são reinvestidos na forma de benefícios diretos para toda a população carcerária no estabelecimento piloto através de programas saúde e orientação psicoemocional, ao mesmo tempo em que contribuem com o potencial de sustentabilidade da empresa social.
"Este modelo de empresa social que será realizado na Buen Pastor procura se estabelecer como uma solução replicável em outros centros penitenciários do país a fim de atender às necessidades da população prisional e das pessoas que já cumpriram penas", reiterou Fernando Infante, diretor-representante do CAF no Paraguai.
Por último, Hilda de Hieber, presidente da Fundação Princesa Diana, destacou que a participação organizada da sociedade civil é vital nos processos que se destinam à melhoria das condições de vida das pessoas. "A ação colaborativa da Fundação com a política pública do Governo é um exemplo dos esforços conjuntos para mobilizar o setor empresarial e a comunidade", afirmou.