Cidades inteligentes para atender às necessidades dos cidadãos
Guillermo Fernández de Soto, diretor para a Europa do CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina-, assegurou em seu discurso de abertura da jornada Futuro em Espanhol, realizada em Santander, para abordar o tema "Cidades do Futuro na América Latina e na Espanha", que "transformar as cidades em cidades-inteligentes e em melhores lugares para viver é um dos principais objetivos dos gestores públicos de todo o mundo" e que "diálogos como o de hoje possuem uma importância inegável e servem como ponto de partida para buscar soluções inovadoras para este importante desafio que não só a América Latina com o mundo inteiro enfrenta".
Esta jornada do Futuro em Espanhol, que ocorreu no Auditório Las Llamas da Universidade Menéndez Pelayo (UIMP) da capital da Cantábria, começou com palavras de boas-vindas de César Nombela Cano, reitor da UIMP. O evento de abertura também contou com a participação de Eva Díaz Tezanos, vice-presidente do Governo da Cantábria; Iñigo de la Serna, prefeito de Santander; e Ignacio Pérez, diretor-geral do Diário Montañés.
Todos concordaram sobre a necessidade do compromisso por parte dos responsáveis políticos das várias administrações para a melhoria das cidades. Guillermo Fernández de Soto destacou que "transformar as cidades em cidades-inteligentes e em melhores lugares para viver é um dos principais objetivos dos gestores públicos de todo o mundo. Sua importância é tanta que se converteu em um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável" e justificou a necessidade de alcançar esta meta porque "nos próximos anos, a população mundial não somente envelhecerá como também terá a tendência de se aglomerar em grandes cidades. Estima-se que em 2050 o mundo seja habitado por cerca de 9,7 bilhões de pessoas e que, com exceção da África e do Oriente Médio, a população economicamente ativa se reduza como consequência do envelhecimento da população".
Para o diretor para a Europa do CAF, este fenômeno "trará uma forte pressão sobre os responsáveis políticos para satisfazer as crescentes necessidades dos seus habitantes, tanto em habitação e infraestrutura, em transporte e no fornecimento adequado de serviços básicos". Neste sentido, explicou que o "CAF está trabalhando no desenvolvimento do programa 'Cidades com Futuro' na América Latina, que visa alinhar o apoio financeiro, a assistência técnica, o desenvolvimento e o uso eficiente do conhecimento e da informação para converter as cidades latino-americanas em locais avançados e sustentáveis, investindo em: segurança pública, infraestrutura, transformação produtiva, desenvolvimento urbano inclusivo, meio ambiente e tecnologias da informação e da comunicação".
Dedicação do CAF
Após a abertura, José Carrera, vice-presidente corporativo de Desenvolvimento Social do CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina-, ofereceu a primeira palestra da jornada, intitulada "Cidades na América Latina: os desafios e oportunidades de modelos inclusivos e inteligentes". Em seu discurso, Carrera lançou cinco mensagens fundamentais: "construir cidades mais inclusivas aponta ao coração da tarefa pendente da América Latina: reduzir a exclusão social; a inclusão também se encontra no coração da Agenda Urbana Mundial; exige-se priorizar políticas pró-inclusão com um enfoque integral e territorial; deve-se resgatar o conhecimento e as boas práticas regionais; e, por último, para avançar de maneira mais eficiente é necessário o uso das ferramentas que as tecnologias da informação e da comunicação oferecem".
O vice-presidente do CAF afirmou que para maximizar as oportunidades que existem nas diferentes cidades é necessário levar em conta que "atravessamos um processo de urbanização acelerado, nossas cidades refletem altos índices de desigualdade, a exclusão limita o crescimento e o desenvolvimento econômico e as cidades apresentam uma oportunidade para abordar diretamente as políticas de inclusão social". Carrera ofereceu cinco elementos fundamentais para a construção de uma Nova Agenda Urbana Inclusiva: "uma agenda centrada nas pessoas; a desigualdade e as mudanças climáticas como os principais eixos da agenda programática: os ODS e COP21; fortalecer a governança a vários níveis; ampliar os mecanismos de financiamento e realizar medição, monitoramento e avaliação".
Mesas redondas
"Criando cidades bem-sucedidas e saudáveis para todos" foi o título da segunda palestra, na qual Guillermo Peñalosa, um destacado especialista mundial no campo do desenvolvimento urbano como presidente das Cidades 8 80, refletiu sobre os impactos na qualidade de vida cidadãos, especialmente nos mais vulneráveis. Depois da apresentação de Peñalosa, ocorreu a mesa redonda que explorou as possibilidades de desenvolvimento que as cidades da Espanha e da América Latina compartilham. A mesa redonda contou com a participação dos especialistas Iñigo de la Serna, prefeito de Santander; José Francisco Ballesta, prefeito de Murcia; Daniela Chacón, vice-prefeita de Quito; e Aníbal Gaviria Correa, prefeito da cidade de Medellín (2012-2015) e Prêmio Lee Kuan Yew World City 2016.
Outro assunto tratado em Santander foi sobre "Os modelos de inovação em cidades inteligentes e exclusivas", com uma palestra de Alfonso Vergara, presidente da Fundação Metrópoli. O debate que se seguiu teve a participação de Esteve Almirall, coordenador do Centro de Inovação em Cidades da Esade; Pilar Conesa, curadora do Smart City Expo World Congress e fundadora da consultoria Anteverti; Olga Gil, doutora em Ciências Políticas e Sociologia do Instituto Universitário Europeu de Florença e pesquisadora da Universidade Camilo José Cela (UCJC); Tomás Vera, presidente da Fundação Cidade e diretor do Fórum Ibero-americano de Cidades; e David Quirós, responsável pela Estratégia de Inovação Social e Smart City da Prefeitura de Hospitalet de Llobregat.
A jornada terminou com a mesa redonda "Smart Santander 2.0: da Internet das coisas à Internet táctil", da qual participaram José Luis Gil, catedrático da Universidade de Cantábria e diretor do Plano Estratégico Santander 2020; e Luis Muñoz, catedrático da Universidade de Cantábria e responsável pelo Grupo de Engenharia Telemática da UC.
"Futuro em espanhol" contou com o patrocínio do Governo de La Rioja e da Prefeitura de Logroño, da Fundação Universidade Internacional de La Rioja (UNIR), do Conselho Regulador da DOCa Rioja; Ramondín, da Caixa, Ibéria, Iberdrola e AENA, e com a colaboração da Fundação García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI). Mais informações em www.futuroenespañol.es.