Jovens peruanos estão bem informados sobre biodiversidade
Em nível global, os jovens são os que possuem uma maior consciência sobre a importância da biodiversidade. No Peru, nota-se esta tendência, já que 80% dos jovens entrevistados pelo Barômetro da Biodiversidade definiu corretamente o que é biodiversidade.
Para sua edição de 2016, o Barômetro da Biodiversidade da UEBT, que desde 2009 avalia anualmente o conhecimento sobre a biodiversidade e o interesse no abastecimento ético em 16 países, foi elaborado através da colaboração da UNCTAD - Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, e do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina.
Estes dados se tornam mais relevantes quando se leva em conta que o Peru é um país jovem, onde 47% da população têm menos de 24 anos. Além disso, o relatório destaca que 55% dos jovens entrevistados mencionaram a escola como sua principal fonte de conscientização.
Segundo a UEBT, essa tendência é resultado de fatores como o crescimento econômico do Peru, que contribuiu com a melhoria do nível de renda e de escolaridade dos entrevistados, assim como o esforço governamental para aumentar o conhecimento sobre a biodiversidade na sociedade através de uma melhoria na educação; e a influência da rica biodiversidade que caracteriza o país e se reflete na cultura.
Estes resultados são encorajadores para a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas, que tem como objetivo que 100% da população mundial saiba o que é a biodiversidade.
A UNCTAD tem o prazer de haver contribuído para esta edição do Barômetro da Biodiversidade da UEBT no Peru, com o apoio da Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos da Suíça (SECO). O Peru, um país de megabiodiversidade, tem defendido a causa da conservação da biodiversidade e do seu uso sustentável, que se destaca pelos consumidores que estão bem informados e estão incentivando mudanças e liderando abordagens inovadoras para a conservação da biodiversidade e do seu uso sustentável.
O Peru é um dos pioneiros na implantação de atividades relacionadas ao BioComércio com o apoio da UNCTAD", afirma Bonapas Onguglo, chefe da UNCTAD para a subdivisão de Comércio, Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável.
Confiança
Outra das conclusões do estudo é que as empresas a nível global precisam trabalhar mais para oferecer confiança aos consumidores sobre sua participação no cuidado da biodiversidade.
No caso do Peru, apenas 37% dos entrevistados acreditam que estão totalmente de acordo com que as empresas levem a sério o abastecimento ético da biodiversidade. No caso dos outros países pesquisados na América Latina na edição de 2016, este indicador é um pouco mais alto: Brasil, 47%; Equador, 40%.
Outra parte do relatório observa que os peruanos entrevistados podem ser convencidos de que uma empresa respeita a biodiversidade e as pessoas quando esta conta com uma boa reputação de marca (87%) e quando apresentam história e imagem concreta (83%).
Além disso, 78% dos entrevistados disseram que o selo nos produtos garantiria a veracidade deste compromisso, enquanto que menções nas redes sociais e aparecer em primeiro lugar nas pesquisas da Internet aparecem com 72% e 69% das respostas, respectivamente.
"A crescente consciência dos consumidores oferece oportunidades para países megadiversos", disse Eleonora Silva, diretora-representante do CAF no Peru. "Por isso, a Direção de Meio Ambiente do CAF iniciou um programa de promoção do cacau nativo, incentivando, assim, que sabores únicos cheguem aos consumidores em todo o mundo, gerando renda para os produtores e ajudando na conservação da biodiversidade".
Comunicação
Segundo o relatório, as empresas devem aproveitar o interesse do consumidor pela biodiversidade e por sua cadeia de abastecimento, a fim de melhorar a comunicação corporativa e a dos seus produtos.
Esta é a conclusão da UEBT com este estudo, o qual revela que 92% dos entrevistados peruanos demonstraram grande interesse em comprar produtos se sabem que a empresa produtora presta atenção ao abastecimento ético da biodiversidade.
Além disso, o barômetro mostra que 96% dos entrevistados peruanos gostariam de estar mais informados sobre a origem dos ingredientes naturais que as empresas utilizam e também saber se estas contam com políticas de abastecimento que respeitem a biodiversidade.
Por outro lado, o barômetro determinou que de 100 das maiores empresas de cosméticos e de alimentos no mundo, apenas 38 comunicam sobre a biodiversidade e apenas 33 falam sobre as suas cadeias produtivas. No setor de alimentos, estes números são 63 e 36, respectivamente. Portanto, há um longo caminho a percorrer.
"As empresas que têm a biodiversidade como fonte de inovação para os seus produtos e trabalham suas cadeias produtivas com base na ética, devem aproveitar o crescente interesse dos consumidores para comunicar de maneira eficaz suas atividades relacionadas com a biodiversidade", diz Cristiane de Moraes, representante para a América Latina da UEBT.
Sobre o Barômetro da Biodiversidade
Lançado em 2009, o Barômetro da Biodiversidade apresenta os resultados de oito anos de pesquisa sobre a conscientização dos consumidores para a questão, no qual cerca de 54.000 pessoas foram entrevistadas em 16 países (fevereiro de 2016: França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Brasil, Peru; fevereiro de 2015: Holanda, Equador, México; fevereiro de 2014: Colômbia, Vietnã; fevereiro de 2013: China; fevereiro de 2012: Suíça, Índia; outubro de 2011: Coreia do Sul; setembro de 2010: Japão). A metodologia detalhada está disponível na página www.uebt.org.
O Barômetro oferece informações valiosas tanto para que os governos desenvolvam estratégias para lidar com o Plano Estratégico da Biodiversidade 2011-2020 das Nações Unidas e suas metas de Aichi, assim para que as empresas construam sua abordagem para o abastecimento ético da biodiversidade. O Barômetro da Biodiversidade é um dos indicadores mundiais reconhecidos pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD).
O estudo de 2016 para o Peru foi realizado com usuários da Internet devido a que as taxas de conexão à rede no Peru crescem 10% por ano e, atualmente, 40% da população está conectada.
O relatório contou com a colaboração do CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina- e da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), dentro do Programa de Facilitação do BioComércio III, com o apoio financeiro da Secretaria para Assuntos Econômicos (SECO) da Suíça.
Mais informações podem ser encontradas no Barômetro da Biodiversidade da UEBT.
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