Entender a ruralidade na América Latina, uma oportunidade para o desenvolvimento
Com o objetivo de iniciar um espaço de diálogo entre os principais intervenientes da gestão da água na região, o CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina- apresenta o relatório "Água potável e saneamento na nova ruralidade da América Latina", um instrumento de consulta que busca facilitar a execução de projetos de desenvolvimento do setor, de modo que estes sejam sustentáveis e tenham um impacto na qualidade de vida das famílias e comunidades.
Mais de 20% da população total da América Latina e do Caribe vive em áreas rurais. Na Bolívia, no Equador e no Panamá, a população rural representa cerca de um terço do total. Neste sentido, e de acordo com o estudo, a redefinição do conceito de rural é necessária para incorporar as novas dimensões socioeconômicas e demográficas, de acesso a serviços e conectividade a fim de melhorar a eficiência das políticas públicas em água e saneamento que são executadas nas áreas rurais da América Latina.
O investimento em água e saneamento da Bolívia em 2014 representou 0,55% do PIB, quase o dobro do observado na maioria dos países da região. A Bolívia, Colômbia, México, Nicarágua e Peru são experiências bem-sucedidas nas quais os governos locais têm proporcionado assistência técnica aos operadores e às comunidades rurais após a concretização do projeto.
A publicação também aborda o contraste entre as cidades e as áreas rurais da América Latina, onde os maiores déficits na qualidade e continuidade dos serviços de água e saneamento se encontram. Segundo a pesquisa, 34 milhões de latino-americanos ainda não têm acesso a fontes melhoradas de água. Deste total, 21 milhões vivem em áreas rurais e não contam com acesso a água potável, e cerca de 46 milhões não têm instalações melhoradas de saneamento.
A apresentação do relatório "Água potável e saneamento na nova ruralidade da América Latina" foi realizada em La Paz, no dia 17 de agosto, no auditório do CAF. A reunião contou com a presença de Rubén Méndez, vice-ministro de Água Potável e Saneamento Básico; Emilio Uquillas, diretor-representante do CAF na Bolívia; Alfonso Alvestegui, especialista sênior em Água e Saneamento do Banco Mundial; e Sergio Arispe, diretor-executivo do SENASBA.