Gil Imaná comemora sua centésima exposição individual
O Artespacio CAF, o espaço cultural do CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina- em La Paz, é o cenário da centésima exposição individual do destacado artista plástico Gil Imaná. A exibição, intitulada 100, é uma marca pessoal na carreira do pintor, tendo em conta que poucos artistas conseguem realizar 100 cem exposições individuais e outras tantas exibições coletivas no curso de sua vida.
Já passaram 67 anos desde que o pintor e muralista apresentou sua primeira exposição nos espaços da Universidade de São Francisco Xavier da cidade de Sucre. "Foi em 1949; eu tinha 16 anos e apresentei meu trabalho pela primeira vez; eram paisagens e ruas pintadas na técnica da aquarela", diz o artista, que recorda que as suas primeiras exposições foram marcadas pela humildade e simplicidade.
Esta exposição tem um significado cheio de emoções para o artista. Ele escolheu os trabalhos mais emblemáticos da sua coleção para esta mostra. "Todo quería ser, todo no ha sido", uma pintura a óleo criada em 1974 e que recebeu esse nome do escritor Oscar Cerruto. A pintura representa uma mulher idosa, sofrida e golpeada pela vida, a velhice e o tempo em que era uma mulher bonita, com um futuro pela frente e cheia de sonhos.
A exibição é composta por nove obras de grande importância para a arte e a história do nosso país. São óleos e acrílicos em tela de formato médio. A sinceridade, o amor, a espontaneidade e a liberdade são particularidades que levam ao e que imprimem sua obra. "Cada obra é um pedaço da minha vida e todas elas são a minha própria vida", conclui.
A instalação pode ser visitada entre 14 de setembro e 7 de outubro de 2016, no Artespacio CAF, localizado na Av. Arce Nº 2915, esquina Clavijo (Zona San Jorge), de 9:00 às 12:00 e de 14:30 às 18:00. A entrada é gratuita.
Dados do artista
Gil Imaná Garrón nasceu em Chuquisaca em 1933. É pintor, gravador e muralista.
Em 1942, entrou na Escola de Artes Zacarías Benavides em Sucre, Bolívia, e logo participou do Curso Superior de Belas Artes Rimsa, dirigido pelo destacado artista lituano Juan Rimsa.
Em 1950, em companhia do seu irmão Jorge e dos pintores Walter Solón Romero e Lorgio Vaca, formou o Grupo Anteo, um grupo de artistas e escritores bolivianos com tendência social, composto pela vanguarda cultural boliviana da época.
Entre 1958 e 1960 lecionou na Escola de Artes Plásticas da Universidade de Los Andes, em Mérida, Venezuela; quanto retornou ao país, foi convidado para assumir a direção da Escola de Artes Zacarías Benavides e, entre 1961 e 1964, foi professor da Academia Nacional de Belas Artes Hernando Siles da cidade de La Paz.
Em 1969, foi presidente da Associação Boliviana de Artistas Plásticos (ABAP), filial La Paz.
Participou de inúmeras exposições coletivas e bienais na Argentina, Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Itália, México, Peru, Uruguai, Rússia e Venezuela. Entre elas, Gil Imaná destaca sua presença no Museu Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia, e no Palácio de Belas Artes da Cidade do México, onde grandes pintores mexicanos, como David Siqueiros, Rufino Tamayo, entre outros, iniciaram suas carreiras.
Seus murais mais notáveis são:Historia de la Telefónica(Sucre, Bolívia, 1955);Marcha al Futuro(Sucre, 1957);Obra Civil del Mariscal Andrés de Santa Cruz(La Paz, 1965);Tierra y Vida, Técnica y Espacio y Marcha de los Universitarios(La Paz, Cerâmica, 1965);Tránsito en el Tiempo(La Paz, Cerâmica, 1981) eFiesta de la Salud(La Paz, 1982).
Entre seus principais prêmios estão: o primeiro prêmio em pintura do Salão Municipal de Artes Plásticas Pedro Domingo Murillo, em La Paz, na Bolívia, por sua obraPaisaje de La Pazem 1961. Um ano mais tarde, ganhou o primeiro prêmio do X Salão da Revolução Nacional, Bolívia; em 1973 consagrou-se com o prêmio máximo em gravura do Salão Municipal de Artes Plásticas Pedro Domingo Murillo, em La Paz, por sua obraMujer; em 1994, a Fundação Manuel Vicente Ballivián concedeu-lhe o Prêmio da Cultura. Em 2002, foi nomeado pela Cruz Vermelha Internacional da Argentina como Artista pela Humanidade, e em 2004, o Governo Autônomo Municipal de La Paz (GAMLP) entregou-lhe o prêmio pela Obra de Vida; no mesmo ano, recebeu o Prêmio Nacional de Cultura, concedido pelo Estado Plurinacional da Bolívia, e 2014 foi condecorado com a Ordem Nacional do Condor dos Andes, no Grau de Cavaleiro, por sua trajetória e sua contribuição para o desenvolvimento da pintura, do mural, do desenho e de outras especialidades da arte boliviana.