Cáli apresentou seu Plano de Ação para mitigação de suas emissões e impactos sobre a água
A Prefeitura de Santiago de Cali apresentou o diagnóstico da Pegada de Carbono-PC (emissões totais de CO2 equivalente) e Pegada Hídrica-PH (uso, consumo e poluição da água, expressa em m3) da cidade, bem como seu Plano de Ação para a redução de ambas as pegadas, preparado pela consultoria SASA no âmbito do Projeto de Pegada de Cidades do CAF, com o apoio da Agência Francesa para o Desenvolvimento (AFD).
O Plano de Ação é composto por uma carteira de projetos de mitigação e adaptação às alterações climáticas, identificados e priorizados em conjunto com o Departamento Administrativo de Gestão do Meio Ambiente (DAGMA) da Prefeitura de Cáli, dependendo do diagnóstico ou linha de base de ambas as pegadas.
O diagnóstico estabelece a pegada de carbono (PC) e hídrica da cidade para o ano de 2015. As emissões de Cáli estão estimadas em 3,8 milhões de toneladas de CO2 cuja origem se deve principalmente ao setor de transporte (51%) e resíduos (22%), seguido pelos setores residencial (11%) e comercial (10%); as indústrias representam 6 % da PC. A pegada hídrica (PH) de Cáli estima-se em 181 milhões de m3, dos quais 71% são de Pegada Cinza, relacionada com o manejo e a eliminação de águas residuais descarregadas com tratamento parcial ou sem qualquer tratamento. O setor que mais contribui para a PH é o residencial (68%) seguido do industrial (20%) e do comercial (11%), predominando a Pegada Cinza em todos esses setores.
No âmbito dos projetos priorizados no Plano de Ação, identificaram-se os seguintes componentes:
- Promover o uso de bicicletas e a ampliação de ciclovias, ciclofaixas e ciclo-ônibus
- Fortalecimento do Plano de Gestão Integral de Resíduos Sólidos (PGIRS); Projeto Corredor Verde Fase III (bonde);
- Melhoria da eficiência da estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Cañaveralejo;
- Implementação de uma ETAR para águas residuais não tratadas na ETAR existente;
- Projeto e implementação do Programa de Gestão da Demanda de Recursos Hídricos no setor residencial, entre outros.
Para cada um dos projetos do Plano de Ação, identificaram-se custos estimados de investimento, com os quais se espera apresentar planos de investimento para distintas fontes de financiamento, com o fim de cumprir as agendas globais de desenvolvimento sustentável por meio da agenda municipal, com base no papel fundamental que têm as cidades na sustentação do processo de descarbonização global. Nesse sentido, os resultados do Projeto de Pegada de Cidades permitirão gerir o financiamento de entidades multilaterais como o CAF, ou de fontes climáticas como o Fundo Verde para o Clima.
O Projeto Pegada de Cidades tem beneficiado no total a 11 cidades da América Latina e do Caribe e tem gerado demanda em mais de 30 cidades da região, com o objetivo de apoiar as cidades a direcionar seu desenvolvimento no sentido de um baixo teor de carbono e resistência às alterações climáticas, a partir da gestão da Pegada de Carbono e da Pegada Hídrica de seus territórios.