Desenvolvimento da energia eólica na América Latina: um desafio de cooperação regional
Nos dias 28 e 29 de agosto, autoridades proeminentes do setor energético da região se reuniram no Rio de Janeiro para trocar experiências e incentivar o desenvolvimento da energia eólica na América Latina
Por meio da colaboração entre a Eletrobras, o CEPEL e o CAF, foi organizado o workshop “Perspectivas de cooperação regional para o desenvolvimento da energia eólica na América Latina – potencial técnico-econômico de geração”. No evento, discutiu-se a importância de promover a inserção dessa fonte renovável na matriz energética da região, não apenas como uma alternativa para levar o serviço elétrico a áreas geográficas de difícil acesso e diversificar fontes de energia poluentes, mas também porque suas características de abundância e preços competitivos lhe permitem contribuir para garantir a segurança de abastecimento.
Representantes de países como Brasil, Chile e Uruguai, que se consolidaram como líderes na adoção da energia eólica na América Latina, destacaram o papel importante que essa fonte desempenha hoje para melhorar a sustentabilidade no setor da energia.
A razão é que a sua adoção fez com que diminuíssem os custos de start-up, aumentando sua resiliência a problemas de mudança climática e às secas que afetam as represas hidrelétricas. De acordo com cifras do CAF, durante 2013 houve um aumento importante na capacidade instalada de energia eólica na América do Sul, passando de 435 MW em 2008 para 4.137,6 MW em 2013. Na América Central, esse número subiu de 226 MW para 2.355 MW durante o mesmo período.
No entanto, embora tenha havido progressos importantes, o evento enfatizou que a potência eólica instalada na América Latina representa apenas 3% da potência instalada em nível mundial. Os participantes concordaram que esta cifra pode se aumentar. Além disso, chegaram à conclusão que a cooperação entre os diversos atores, tanto públicos como privados, é indispensável para avançar nessa direção.
Durante o workshop, Mauricio Garrón, diretor de Análise e Estratégias de Energia no CAF, destacou as oportunidades existentes para alcançar uma cooperação maior, trocando experiências e conhecimentos sobre esse desenvolvimento, bem como a instalação de empresas fabricantes que participam de toda a cadeia dessa fonte e que poderiam apoiar os outros países nesse desenvolvimento graças à abundância de recursos que há na região. Além disso, salientou o papel que o CAF desempenhou no apoio de iniciativas de cooperação e integração energética, e reafirmou o compromisso da organização em continuar apoiando os países nesses processos.