Cidades, produtividade e classes médias: peças-chave do quebra-cabeças do desenvolvimento
A América Latina aumentou sua classe média de 21% no ano 2000 para 35% em 2015, com um impacto direto sobre o crescimento das cidades e sua produtividade. Prefeitos e líderes da região discutirão os desafios para continuar a luta para a redução da pobreza e construir cidades mais inclusivas e resilientes, nos próximos dias 2 e 3 de novembro em Lima, Peru, durante a Conferência do CAF: Cidades com Futuro.
As cidades da América Latina são o cerne do desenvolvimento econômico e social da região. Elas concentraram mais de 80% da nossa população e geram mais de 65% do produto interno bruto (PIB). O crescimento econômico das últimas décadas, impulsionado pela estabilidade macroeconômica, uma melhor alocação dos gastos públicos e políticas eficientes contra adesigualdade, representou uma significativa redução da pobreza.
A América Latina passou de ter 21% da população na classe média no ano 2000 para 35% em 2015. Esse crescimento teve um impacto econômico fundamental porque aumentou o tamanho dos mercados internos, aumentando a demanda econômica, e refletiu-se positivamente no sistema social e econômico por meio de melhor alocação de recursos, aumento significativo de economias de escala nos setores não transacionáveis, aumento no custo de inovação e maior competitividade em nível empresarial. No sistema político também, com uma maior transparência e eficiência na gestão pública.
O principal desafio da América Latina é sustentar as melhorias sociais obtidas e ampliá-las para aqueles grupos que continuam sob a ameaça de cair na pobreza: os vulneráveis. Essa faixa, que inclui hoje quase 40% dos latino-americanos, está ameaçada, seja por crises econômicas, seja por outros tipos de choques, tais como eventos adversos (inundações, terremotos, etc.).
"Se quisermos manter o ritmo de crescimento e os ganhos que obtivemos em termos de transformação social em nossa região, precisamos de um pacto pela produtividade e o crescimento, e desenvolver correias de transmissão entre os sistemas econômico, político e social, que permitam que o crescimento alcance a todos os setores da sociedade", assegurou o presidente-executivo do CAF, Luis Carranza, que acrescentou que, para conseguir uma inclusão cívica, social, produtiva, genuína e sustentável no futuro, temos que seguir trabalhando no fortalecimento das instituições e em assentar bases muito mais sólidas para melhorar a educação, bem como a formação e capacitação do capital humano.
Embora não haja uma fórmula única que possa ser repetida em cada cidade, existe a necessidade de trabalhar na busca de consensos políticos que permitam uma visão compartilhada e de longo prazo para o desenvolvimento. Para saber mais sobre experiências bem-sucedidas que podem ser ajustadas ao contexto latino-americano, autoridades de governos locais e nacionais, membros da Academia, os meios de comunicação, representantes de organizações internacionais e do setor privado e especialistas internacionais se reunirão na Conferência do CAF: Cidades com Futuro – o principal evento da instituição na América Latina –, que será realizada nos próximos dias 2 e 3 de novembro em Lima, Peru.
Países como o Panamá, que tem clara a meta de se tornar um centro de logística e portuário, já estão dando os primeiros passos na rota da prosperidade. O Paraguaié outro exemplo, ao avançar na construção de um consenso de investir em infraestrutura para integrar o seu território e, assim, reduzir os custos da produção agrícola e de carne. Cidades como Guayaquil e Medellín mantiveram planos de crescimento no longo prazo, independentemente do que acontece com as tendências políticas da cidade ou do país, com resultados que falam por si sós.
Para discutir sobre como aumentar a produtividade e a inovação, como aumentar as competências dos cidadãos e o papel das cidades na promoção de um ecossistema de empreendedorismo dinâmico e inovador, a Conferência do CAF contará com palestrantescomo: Augusto Barrera, Secretário de Educação Superior, Ciência e Tecnologia e Inovação do Equador; Jorge Arbache, Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento e Gestão, do Brasil; Marcelo Cabrera Palacios, Prefeito de Cuenca, Equador; Elsa Noguera, ex-Ministra da Habitação da Colômbia; Michael Cohen, da The New School, Estados Unidos; Maravillas Rojo, da Secretaria-Geral do Centro Ibero-americano de Desenvolvimento Estratégico Urbano (CIDEU); Andreas von Wedemeyer, Presidente da Sociedade Nacional de Indústrias (SNI), do Peru; e Gonzalo Chávez, Diretor da Escola de Produção e Competitividade da Universidad Católica Boliviana “San Pablo”, entre outros.
A Vice-presidenta da Argentina, Gabriela Michetti; a Presidenta do Conselho de Ministros do Peru, Mercedes Aráoz; o Diretor-executivo da ONU-Habitat,Joan Clos; a Presidenta do Diretório do World Wide Fund for Nature (WWF),Yolanda Kakabadse; a Ministra da Secretaria Executiva da Habitação e do Habitat do Paraguai, Soledad Núñez; o Ministro do Transporte da Argentina, Guillermo Dietrich; o Prefeito de La Paz, Bolívia, Luis Revilla; o Prefeito de Cuenca, Equador, Marcelo Cabrera Palacios; o Prefeito Metropolitano de Lima, Peru, Luis Castañeda; e o Diretor do Departamento Nacional de Planejamento da Colômbia, Luis Fernando Mejía, são alguns dos palestrantes que também participarão da Conferência do CAF: Cidades com Futuro.
As inscrições para a Conferência do CAF: Cidades com Futuro são gratuitas e estão abertas: Inscreva-se aqui
A Conferência CAF: Cidades com Futuro será transmitida ao vivo.
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