Um pacto pela produtividade para recuperar o crescimento econômico da América Latina
Durante sua visita de trabalho à Espanha, o presidente de CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, Luis Carranza, advogou por um pacto pela produtividade que impulsione a integração latino-americana e que contribua para um crescimento econômico que não dependa tanto da exploração de recursos naturais e do preço das matérias-primas.
Com o objetivo de consolidar as alianças entre a Espanha e a América Latina em setores-chave do desenvolvimento socioeconômico de ambas as regiões, Carranza se reuniu com ministros, funcionários do governo, secretários de Estado, empresários e instituições públicas e privadas espanholas.
“A região avançou muito em estabilidade macroeconômica e redução da pobreza e da desigualdade. Para consolidar essas conquistas e crescer sobre bases genuínas, o pacto pela produtividade e o trabalho árduo pela eficiência do setor público e das instituições que promovem o crescimento são fundamentais”, destacou durante sua participação no encontro empresarial da CEOE, ao qual assistiram 250 empresas.
Da mesma forma, enfatizou a importância dos pactos políticos para o desenvolvimento da América Latina. “Em matéria econômica, precisamos de um pacto político que implique um fortalecimento do Estado na hora de proporcionar bens e serviços públicos de qualidade”, salientou. “Acreditamos que são decisões econômicas, quando na verdade são decisões políticas que têm um impacto enorme na economia”.
Essa ideia também foi transposta ao setor da água, no âmbito de sua participação na III Edição dos Diálogos da Água América Latina-Espanha, ocasião em que expôs a necessidade de acordos sobre a gestão da água na forma de pactos nacionais para os países da América Latina. Carranza explicou que disso dependem “não só o bem-estar da população no que se refere ao acesso à água e esgoto”, mas também, às vezes, “a saúde pública”, especialmente dos grupos mais vulneráveis da sociedade. Tais questões requerem, entre outras coisas, transformações e investimentos importantes em infraestruturas.
Carranza também participou de um almoço organizado pelo IE Business Leadership Forum e foi o orador convidado no café da manhã-colóquio da agência de notícias espanhola Europa Press, no qual aprofundou-se no trabalho do CAF para impulsionar o desenvolvimento sustentável e a integração regional.
Acordos de cooperação
Carranza aproveitou sua visita para assinar quatro acordos de colaboração estratégica que promovem o desenvolvimento da região.
- Um acordo de cooperação em matéria de segurança de barragens, que inclui assistência técnica e troca de experiências entre a Espanha e a Bolívia, assinado pela ministra da Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente, Isabel García Tejerina, pelo ministro de Meio Ambiente e Água da Bolívia, Carlos Ortuño e pelo presidente Carranza. Um convênio para impulsionar o desenvolvimento da digitalização e inovação tecnológica na América Latina, assinado pelo presidente executivo da Telefónica, José María Álvarez Pallete.
- A promoção de programas nas áreas de regulamentação financeira, inovação e tecnologia de produtos financeiros, responsabilidade social corporativa e cofinanciamento de projetos, por meio da assinatura de um memorando de entendimento com o presidente do BBVA, Francisco González.
- Um acordo com ONCE e sua fundação para contribuir conjuntamente à geração de oportunidades para grupos vulneráveis com deficiência na América Latina, basicamente através do emprego e da educação.
Carranza reuniu-se com o ministro de Educação, Cultura e Esporte da Espanha, Íñigo Méndez de Vigo, com o secretário de Estado de Educação, Formação Profissional e Universidades, Marcial Marín, com o secretário-geral de Universidades, Jorge Sáinz, com a secretária de Estado de Economia e Apoio à Empresa, Irene Garrido, com o presidente da CEOE, Juan Rosell, com o secretário de Estado de Cooperação Internacional para a América Latina e o Caribe, Fernando García Casas, com o conselheiro executivo do BBVA, José Manuel González Páramo, e com o presidente do Real Instituto Elcano, Emilio Lamo de Espinosa.
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