Mulheres Inspiradoras: Projeto premiado é ampliado para novas escolas de Brasília
Iniciativa passou a ser implementada em 16 escolas públicas de Brasília, com o apoio do CAF
Foi completada em dezembro a expansão do Projeto Mulheres Inspiradoras, de Brasília, que passou a ser implementado em 16 escolas em 2018. Criado pela iniciativa da professora Gina Ponte, o projeto prevê a discussão das questões de gênero e a valorização das meninas estudantes por meio do autoconhecimento e da leitura de obras que falam sobre mulheres que venceram barreiras históricas – por isso o nome do projeto, Mulheres Inspiradoras.
Inicialmente colocado em prática em uma escola de Ceilândia, uma das cidades satélites de Brasília, o projeto foi criado pela professora a partir do momento em que ela se conscientizou que meninas e meninos não tinham bagagem suficiente para deixarem de reproduzir automaticamente o padrão de mulher divulgado pela mídia. “Faltava a eles o conhecimento de outras referências, por isso decidi oferecer histórias sobre outros modelos de mulheres a esses alunos”, conta. “Trabalhamos em várias frentes, com diversas dinâmicas, as histórias de mulheres fortes, de diferentes classes sociais, cor de pele, nível de escolarização e de faixas etárias diversas”, complementa a professora.
Na última etapa do curso, alunas e alunos escolheram uma mulher inspiradora em seu círculo de convivência e produziram um texto contando histórias sobre elas, publicados em um livro. “Não só as meninas, mas os meninos da sala também passaram por uma transformação, como é o caso de um aluno que contou que acreditava que a mulher era inferior, mas depois do projeto, percebeu que isso não fazia sentido”, conta a Gina Ponte.
A metodologia inicialmente aplicada foi estendida para outras 16 unidades de ensino da rede pública, com o apoio do CAF no Brasil e da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI). Foram capacitados 48 professores, distribuídos 1526 livros e o envolvimento direto de mais de 3 mil alunos. A iniciativa já conquistou 5 prêmios educacionais.
O diretor-representante do CAF no Brasil, Victor Rico, define a inciativa como “transformadora” e relata que é motivo de orgulho saber de todos os prêmios e reconhecimentos obtidos até agora pelo projeto. “A professora Gina já virou uma referência no tema de valorização das estudantes no ambiente escolar e também de estímulo ao protagonismo de cada uma delas. Me alegra demais saber que a iniciativa já está servindo de modelo para outros projetos em outras cidades”, comenta.