V Conferência CAF-LSE: Liderança, resiliência e desenvolvimento em uma época de incertezas.
A V Conferência Anual CAF-LSE reuniu, em Londres, importantes especialistas de renome internacional, tais como acadêmicos, gestores públicos e líderes de opinião, para discutir as mudanças políticas e sociais pelas quais o mundo está passando.
O CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina-, e a London School of Economics and Political Science (LSE) organizaram, em Londres, a V Conferência Anual da CAF-LSE, que contou com a participação de importantes especialistas de renome internacional, tais como acadêmicos, responsáveis por políticas públicas e líderes de opinião. Nessa edição, os participantes analisaram a necessidade de promover a liderança e a resiliência, com o objetivo de melhorar o bem-estar dos cidadãos no contexto atual, marcado pela incerteza e volatilidade global.
A abertura da conferência contou com as intervenções de Chris Alden, codiretor da Global South Unit da LSE; Paul Kelly, vice-diretor da LSE, e Luis Enrique Berrizbeitia, vice-presidente executivo do CAF. A conferência magistral ficou a cargo de H.E. David Choquehuanca, secretário-geral do ALBA.
Em seu discurso, Berrizbeitia lembrou importantes acontecimentos desde a Segunda Guerra Mundial até o surgimento da globalização, em meados dos anos 1990, que provocou um panorama de incerteza global, ao qual os países tiveram que se acostumar. A globalização, continuou Berrizbeitia, combinou o desenvolvimento de inovações tecnológicas poderosas com a integração dos mercados, especialmente, os financeiros, que tiveram seus fluxos de capital multiplicados, ao mesmo tempo em que se afastaram cada vez mais dos mercados de produtos e serviços. Desde então, "houve um aumento significativo dessa dinâmica, da volatilidade e da velocidade dos fluxos financeiros, que introduziram muitos elementos de incerteza no sistema econômico global", salientou.
O primeiro sintoma dessa nova instabilidade, com o qual concordaram os palestrantes da conferência, foi a chamada Crise da Tequila, que assolou o México em 1995, descrita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como a primeira crise financeira do século XXI, por ser a primeira que foi fruto da globalização. Depois, veio a crise asiática, muito mais virulenta, que se espalhou pela Rússia, Brasil e Argentina. Em seguida, a crise das empresas pontocom e, finalmente, em 2008, a falência da Lehmann Brothers, que provocou uma crise financeira mundial.
Campo minado de incertezas
Os especialistas presentes na Conferência CAF LSE também discutiram os efeitos da instabilidade global sobre a América Latina, e chegaram à conclusão de que , atualmente, a região não está no centro das tempestades geopolíticas que assolam o mundo, embora, inevitavelmente, receba seus ventos de cauda.
Nessa mesma linha, Chris Alden, codiretor da Global South Unit da LSE, disse que a compreensão sobre as questões de liderança, instituições e resiliência serão de grande importância nessa época de instabilidade, em que as regiões em desenvolvimento e os poderes emergentes estão redefinindo o mundo.
H.E. David Choquehuanca, secretário-geral do ALBA, enfatizou a necessidade de que haja lideranças fortes para superar os desafios atuais. Além disso, salientou que é imprescindível que haja resiliência, entendida como a capacidade de adaptação das sociedades modernas diante dos agentes externos ou das situações adversas que afetam seu estado atual e seu futuro.
Para finalizar a V Conferência Anual CAF-LSE, houve duas sessões de debate. A primeira foi moderada por Irene Mia, diretora editorial do The Economist, intitulada: "Liderança e Empreendedorismo". Contou com a participação de María Benjumea, fundadora e CEO da Spain Startup, e Alberto Vollmer, CEO da Ron Santa Teresa.
A segunda sessão, intitulada: "Estados Resilientes, Sociedades Resilientes", foi moderada por Álvaro Méndez, codiretor da Global South Unit, e contou com a participação de Daniel Calleja, diretor-geral da Comissão Europeia para o Meio Ambiente; Susan Nicolai, pesquisadora sênior sobre Crescimento, Pobreza e Desigualdade; Patricia Majluf, vice-presidente da Oceana Perú; Oliver Sartor, pesquisador sênior sobre Clima e Energia; e Isabel Hilton, editora e fundadora da China Dialogue.
A cerimônia de encerramento ficou a cargo de Luis Enrique Berrizbeitia, vice-presidente executivo do CAF, e Chris Alden, codiretor da Global South Unit, LSE.