Cidade de Cuenca intensifica seu compromisso com o baixo crescimento das emissões
Como parte do projeto Huella de Ciudades [Pegada das Cidades], promovido pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- e pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), a cidade de Cuenca apresentou um plano de ação para medir e reduzir o impacto ambiental das operações realizadas em todos os setores econômicos e de desenvolvimento
No âmbito do projeto Huella de Ciudades [Pegada das Cidades], foi apresentado o Plano de Ação para redução da pegada de carbono e da pegada hídrica no Cantão de Cuenca. Este documento reúne ações e projetos de desenvolvimento sob a perspectiva das mudanças climática e se torna um instrumento fundamental para facilitar o acesso a fontes ecológicas de financiamento climático e para que se adote tecnologias mais eficientes em seus processos.
Assim como as cidades de Quito, Guaiaquil, Santa Cruz de Galápagos e Loja, Cuenca está inserida no projeto Huella de Ciudades [Pegada das Cidades], que, há cinco anos, tem apoiado a formulação de políticas, planos de ação e programas de mitigação e adaptação, em 11 cidades da América Latina, contribuindo, assim, para fortalecer as tomadas de decisões na gestão e no planejamento urbanos, incluindo o que tange à variável das mudanças climáticas.
Neste contexto, após completada a etapa de diagnóstico das pegadas da região, projetos de desenvolvimento estratégico foram identificados e priorizados por setor com potencial de redução das emissões de gases do efeito estufa, os quais encontram-se descritos no Plano de Ação apresentado.
Durante o evento de apresentação do plano, Bernardo Requena, diretor-representante do CAF no Equador, mencionou que a cidade de Cuenca poderia reduzir sua pegada hídrica em 95,5 metros cúbicos de água e, quanto à pegada de carbono, a redução seria de 1.436.843 toneladas de CO2e, correspondendo a 67% de redução até o ano de 2030, o que demonstra que as ações contidas no documento são um passo firme no caminho traçado para Cuenca como cidade sustentável.
O prefeito da cidade, Marcelo Cabrera, por sua vez, comprometeu-se a agir na esfera local para que Cuenca seja um município exemplar no campo ambiental e destacou o trabalho que o órgão tem realizado para impulsionar projetos, como a estação de tratamento de água de Guangarcucho, contribuindo para a redução da pegada hídrica, e o sistema de transporte municipal (Tranvía), auxiliando na redução da pegada de carbono.
O plano inclui três componentes:
- Projeções de pegadas nos horizontes de planejamento de curto, médio e longo prazos definidos pelos planos de desenvolvimento municipal.
- Análise do custo-benefício e do custo-efetividade de cada projeto de redução de pegada.
- Identificação de fontes de financiamento e provedores de tecnologia para fornecer uma base para a concepção e a execução de projetos.
O plano foi elaborado de acordo com os “Princípios para o Planejamento de Ação Climática na Cidade”, diretrizes estabelecidas pela ONU-HABITAT, para um planejamento eficiente das mudanças climáticas por meio do fortalecimento da integração vertical. Considerou-se um processo participativo ativo para a elaboração do plano, no qual as principais partes interessadas de Cuenca (setor público, setor privado e sociedade civil) foram envolvidas, facilitando a identificação de projetos de redução de pegadas de acordo com suas metas e objetivos.
O Plano de Ação contribui para a redução das emissões de gases do efeito estufa nos setores com maior aporte na pegada de carbono, com ênfase em mobilidade sustentável, uso eficiente da energia e manejo integral de resíduos sólidos, além de promover uma gestão abrangente e eficiente da água para reduzir a pegada hídrica da cidade, garantindo sua disponibilidade em termos de quantidade e de qualidade, com o passar do tempo. Da mesma forma, consolida uma carteira potencial de investimentos/projetos que podem gerar maiores impactos ao menor custo, dando prioridade aos benefícios ambientais, sociais e econômicos para a região.
A partir desta experiência, o GAD de Cuenca enfrenta o desafio de institucionalizar e dar continuidade aos seus compromissos relacionados ao meio ambiente e à mudança climática e a decisão de continuar contribuindo para atingir o desenvolvimento sustentável e com baixo teor de emissões de carbono, resistente às mudanças climáticas.