Um total de 47 conceitos tecnológicos foram apresentados como resultado no <i>Workshop</i> de Patentes, no Peru
CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, em parceria com o Ministério da Produção, o CONCYTEC e o Indecopi, capacitou 40 pesquisadores, inventores e inovadores de universidades, centros de pesquisa e empresas do Peru para o desenvolvimento de tecnologias e registro de patentes, em um workshop com duração de uma semana. O registro de patentes com potencial comercial é uma ferramenta para impulsionar a inovação tecnológica, a produtividade e o crescimento econômico do país.
Um total de 47 conceitos tecnológicos foram apresentados como resultado do I Workshop Intensivo para o Desenvolvimento Acelerado de Patentes, que ocorreu de 19 a 23 de março, em Lima, com o objetivo de gerar conceitos tecnológicos patenteáveis que solucionem problemas nacionais e internacionais e permitam, no médio prazo, a exportação e comercialização de tecnologias provenientes de países da América Latina.
O workshop foi organizado pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, em parceria com o Ministério da Produção (PRODUCE), o Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica (CONCYTEC) e o Instituto Nacional de Defesa da Concorrência e Proteção da Propriedade Intelectual (Indecopi).
Durante as 60 horas de trabalho sob o método do CAF, os 40 participantes selecionados em 10 instituições, entre centros de pesquisa, universidades e instituições públicas e privadas do país, foram capacitados para a geração e produção de conceitos e tecnologia sustentável com um componente altamente inovador, com a possibilidade de serem patenteados em todo o mundo.
Após um processo seletivo, representantes da Universidade Nacional de Engenharia (UNI), Universidade Cayetano Heredia, Universidade ESAN, Universidade San Agustín de Arequipa, Instituto Tecnológico de Produção, I+T scri e CITE Agroindustrial ICA participaram desta iniciativa, bem como as empresas Resemin, Famesa e Boyles Bros Diamantina, fornecedores do setor de mineração.
Ao fim do workshop de capacitação, foram contabilizados 47 conceitos tecnológicos com possibilidade de serem patenteados e que serão apresentados, nos próximos meses, ao Indecopi, bem como por meio de canais internacionais.
Afirmando que as patentes são ferramentas para a proteção dos direitos de propriedade intelectual e do crescimento das economias, Eleonora Silva, diretora-representante do CAF no Peru, destacou o potencial que o país tem de se posicionar regionalmente, nos próximos dois anos, como um dos dez desenvolvedores de patentes que mais fomentam sua inovação tecnológica e crescimento econômico.
“Devemos ser mais inovadores, produtivos, competitivos e dar o grande salto para reduzir a lacuna tecnológica que nos separa dos países industrializados que relatam altas taxas de crescimento econômico e melhorias na qualidade de vida de seus cidadãos por sua liderança em termos de inovação”, ressaltou.
“Sem pesquisa de qualidade no país não será possível aumentar o número de patentes internacionais e nossa balança comercial de alta tecnologia continuará deficitária. Apesar de estarmos avançando internamente, não devemos observar apenas o nosso país, mas o mundo, que exige produtos inovadores. Devemos sonhar que os produtos inventados, produzidos ou patenteados pelo Peru sejam um norte para o Estado, a academia e as empresas”, destacou Fabiola León-Velarde, presidente do CONCYTEC.
Por sua vez, Ivo Gagliuffi, presidente do Conselho de Administração do Indecopi, lembrou que, embora sua organização trabalhe há cinco anos no uso e na cultura de patentes, o número de patentes tramitadas por ano foi de 98, mas em 2017 foram recebidas 355 solicitações nacionais de patente, o que representou um crescimento de 300%.
Já Gonzalo Villarán, diretor da Divisão Geral de Inovação, Transferência de Tecnologia e Serviços Empresariais do Ministério da Produção, destacou que seu setor vem impulsionando o ecossistema de inovação e empreendedorismo para aumentar a produtividade e a competitividade das empresas no país. “Trata-se de uma tarefa na qual temos que continuar trabalhando junto ao Estado, à academia e ao setor privado, porque há muito a ser feito”, disse.
Entre 2016 e 2018, a Iniciativa Regional de Patentes Tecnológicas para o Desenvolvimento do CAF organizou um total de 21 workshops intensivos em oito países da região (Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai e Peru), tendo treinado mais de 890 pessoas e gerou um total de 977 conceitos tecnológicos com possibilidade de patenteamento.