América Latina, mais bem preparada para enfrentar os riscos globais
As mudanças financeiras e comerciais são os principais desafios para as economias da Espanha e da América Latina.
O CAF - banco de desenvolvimento da América Latina - organizou, em Madri, um café da manhã com a palestra: Superdólar: "Consequências para a América Latina e a Europa", como um meio de troca de conhecimentos sobre os fatores que afetam a América Latina e a Espanha.
Após as palavras de boas-vindas do diretor corporativo datitleEuropatitleCAF para a Europa, Guillermo Fernández de Soto, Pablo Sanguinetti, diretor corporativo de Análise Econômica e Conhecimento para o Desenvolvimento do CAF, e Federico Steinberg, pesquisador principal de Economia do Real Instituto Elcano e professor da Universidade Autónoma de Madrid fizeram suas intervenções.
Devido à situação econômica atual, marcada pelo protecionismo tarifário da administração dos Estados Unidos, e ao crescimento da China, os dois especialistas expuseram suas análises e propostas para ambos os lados do Atlântico.
Sanguinetti e Steinberg concordam sobre a existência de uma aceleração econômica sincronizada em todos os países a partir de 2017 e consideram que se abre um período de consolidação necessária em um cenário não isento de riscos comerciais e financeiros.
O analista econômico do CAF detalhou os desafios enfrentados pelo crescimento da América Latina, entre os quais, "a necessidade de progressos em processos de consolidação fiscal e fragilidades estruturais, tais como a baixa produtividade". Tendo em conta o possível aumento de taxas de juros, que podem provocar movimentos financeiros, e as barreiras protecionistas no comércio internacional conduzidas pelo governo dos Estados Unidos, Sanguinetti disse que "agora, a maioria dos países da América Latina está em condições de enfrentar estes desafios, pelo fato de terem adotado medidas adequadas durante o período de maior crescimento".
A produtividade foi uma das questões que Sanguinetti destacou em seu discurso como a principal causa de um crescimento fraco na América Latina, que "impede que as economias da região alcancem níveis mais altos de renda per capita". O analista econômico afirmou que "embora a região tenha feito sua lição de casa em termos macro, surgem nuvens que poderão ser escuras, e é necessário resistir".
"Depois de uma década muito difícil, finalmente há um forte crescimento econômico global sincronizado", disse o pesquisador no Instituto Elcano. E adicionou: "A Espanha registra um forte crescimento, que deve permanecer, a menos que a situação da Itália e a guerra comercial façam com que a crise retorne". São desafios que, no caso da Espanha, na opinião de Steinberg, chamam-se: desemprego, desigualdade e existência de grupos em risco de exclusão, questão que "um país como a Espanha não deve permitir", disse o especialista.
Após as intervenções de Sanguinetti e Steinberg, abriu-se um tempo de discussão com os participantes do café da manhã, entre os quais, estavam diretores de diferentes empresas nacionais e internacionais e especialistas do setor econômico e financeiro.