CAF e ASBANC impulsionam utilização de carteira virtual em pequenas empresas do Peru
O projeto promovido por ambas as instituições permitiu estender para as adegas em Lima e Piura a utilização da carteira virtual (BIM) como forma de pagamento digital, bem como melhorar a eficiência e a segurança nas transações.
Mais de 300 comerciantes de bebidas de Lima e Piura são os primeiros beneficiários de um projeto que permitiu estender a educação financeira e utilização da carteira virtual (BIM) como forma de pagamento digital. Com esta ferramenta, os comerciantes aumentam suas vendas e alcançam uma maior eficiência e segurança nas transações.
O projeto, promovido pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- e o Centro de Estudos Financeiros da Associação de Bancos do Peru (CEFI da ASBANC), foi executado com 282 comerciantes de bebidas ou “BIMERS” do distrito de Los Olivos (Lima) e 44 de Tambogrande (Piura). Compreendeu a capacitação, promoção e utilização da BIM para o pagamento de cobranças entre as adegas e seus distribuidores, assim como o treinamento de executivos de vendas, transportadores, auxiliares de distribuição, liquidatários e distribuidores da Lindley, uma das maiores redes comerciais do país.
Atualmente, 75% dos pagamentos que os comerciantes fazem às empresas de consumo massivo é em espécie, apesar dos avanços com os correspondentes bancários. Isto gera incerteza e custos de gestão de caixa (3-5% do custo total das empresas), em mais de 400 mil lojas em todo o país.
Martín Naranjo, presidente da ASBANC e do CEFI da ASBANC, enfatizou que a educação financeira deve ser considerada um instrumento de aproximação entre instituições financeiras e aqueles que estão fora do sistema, a fim de se comunicar claramente e satisfazer suas necessidades e expectativas.
Depois de mencionar que o modelo BIM é viável, bem sucedido, rentável e perfectível, Naranjo manifestou sua expectativa de que, levando em conta os bons resultados alcançados no projeto promovido em conjunto com o CAF, os esforços envidados continuem e que o sistema financeiro e os bancos privados associados à ASBANC conheçam as necessidades de seus clientes, coloque-os no centro das atenções e satisfaçam suas necessidades e preocupações.
“A inclusão financeira não é um problema de ignorantes, mas sim dos ignorados. Portanto, esperamos que este projeto seja replicado em outras partes do país. O ideal seria que todas as operações entre os comerciantes e seus distribuidores fossem com BIM. O importante é que começamos com sucesso”, declarou.
Além disso, Eleonora Silva, representante do CAF no Peru, alegou que por meio deste processo de inclusão, os sistemas financeiros gerarão mais possibilidades de melhorar a alocação de recursos para os setores tradicionalmente excluídos e aumentarão o acesso aos serviços com um impacto positivo sobre o bem-estar da população.
“Esta iniciativa contribuirá, no médio prazo, para a inclusão de pessoas e empresas no sistema financeiro formal que ainda não estejam devidamente incluídos. O desafio é continuar adotando novas tecnologias como um instrumento vital para a inclusão, devido ao seu potencial para agilizar e reduzir o custo das transações financeiras”, ressaltou.
Sobre o projeto
Adrian Revilla, gerente-geral da ASBANC e diretor-executivo do CEFI da ASBANC, enfatizou que o projeto reduziu substancialmente a resistência ao uso da tecnologia celular como meio de pagamento e em apenas três meses foram executadas mais de 2.000 operações nesta categoria por cerca de 238 mil PEN, que antes eram pagas com dinheiro em espécie.
“Após os resultados do projeto, acreditamos que num futuro muito próximo poderemos escalar o modelo para mais adegas do país a fim de melhorar a eficiência dos pagamentos por meio da BIM. Desta forma, os comerciantes de bebidas terão acesso a formas de pagamentos digitais modernas, eficientes e seguras fazendo com que os distribuidores evitem carregar dinheiro em espécie”, destacou.
A promoção do uso da BIM como um canal digital para pagamento a fornecedores e outros serviços é um projeto que envolveu a participação da empresa Pagos Digitales Peruanos (PDP), a empresa PG Inversiones y Consultores, assim como a Arca Continental – Lindley (como parceiro estratégico) e BBVA Banco Continental.