Transformação digital para criar cidades mais habitáveis, competitivas e sustentáveis
CAF e Vocento organizam a VIII Edição do Futuro em Espanhol sobre transformação digital e desenvolvimento na Espanha e na América Latina.
O CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- tem como objetivos estratégicos “conseguir maior inclusão social, potencializar a transformação produtiva das economias latino-americanas, promover a integração regional e contribuir para que as cidades sejam mais habitáveis, competitivas e sustentáveis. Para conseguir isso, precisamos aproveitar o motor poderoso que é a transformação digital, com o apoio de um idioma comum como o espanhol”, assegurou Ignacio Andino, diretor de Desenvolvimento de Negócios do CAF, durante sua participação na inauguração da VIII Edição do Futuro em Espanhol realizada na quinta-feira, 25 de outubro, no Círculo Logroñés.
Essa edição foi dedicada à “transformação digital e ao desenvolvimento na Espanha e na América Latina” e organizada pela aliança estratégica entre o CAF, a Fundação Vocento e o jornal La Rioja para realizar, nesta ocasião, debates profundos sobre educação e novas tecnologias e sobre como criar cidades mais inclusivas e mais competitivas graças à transformação digital.
A sessão de inauguração contou com a participação do diretor-geral do jornal La Rioja, Javier Doval, que destacou “o grande futuro que há para o espanhol”, do prefeito de Logroño, Cuca Gamarra, que salientou a importância do desenvolvimento tecnológico para que “as cidades sejam mais livres e mais humanas”, e do presidente do La Rioja, José Ignacio Ceniceros, que confirmou a aposta no futuro 4.0 porque “a transformação digital incide diretamente no crescimento econômico, na competitividade e na criação de emprego”, e porque “um território inteligente não é aquele que mais oferece, mas o que entende as necessidades de seus cidadãos como a dispersão ou o envelhecimento. A aposta deve ser nas pessoas e no conhecimento”.
Nesse sentido, Ignacio Andino explicou que “o avanço vertiginoso da revolução tecnológica exige a aprendizagem de novos padrões de comportamento e a redefinição da maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos” e, portanto, “a tecnologia e a digitalização devem ser poderosas ferramentas tanto para obter dados que sirvam de base para a formulação de políticas públicas mais bem focadas e mais eficazes como para oferecer melhores serviços aos cidadãos”.
Andino citou o relatório de economia e desenvolvimento do CAF: “Crescimento urbano e acesso a oportunidades: um desafio para a América Latina”, que oferece um diagnóstico dos problemas de acesso às oportunidades nas cidades, propõe uma série de medidas para que os centros urbanos acessíveis se transformem em motores de crescimento e inclusão social, com incidência em quatro dimensões: o planejamento e a regulação do uso do solo, a mobilidade urbana, o funcionamento do mercado imobiliário e a existência de mecanismos de coordenação metropolitana. E exigiu “impulso da agenda digital do nível mais alto até o usuário final, pois só assim conseguiremos uma sociedade conectada e mais eficiente”.
O primeiro painel de discussão focou sobre o Diálogo: o desafio da transformação digital como motor de desenvolvimento com a participação de Elena Pisonero, presidente da Hispasat, e David Luna, ex-ministro de Tecnologias da Informação e das Comunicações da Colômbia, com moderação de Marta Rodríguez, chefe de Informativos TVR. A ideia principal concentrou-se na necessidade de boas infraestruturas para uma boa conectividade.
Digitalização das cidades
O segundo painel tratou do Desenvolvimento de territórios inteligentes e teve a participação de Juanita Rodríguez, ex-vice-ministra de Economia Digital do governo da Colômbia, Alfonso Domínguez, conselheiro de Administração Pública e Finanças do governo de La Rioja e Jorge Fernández, diretor de Tecnologia da Hewlett Packard Enterprise para a Espanha, Portugal, Itália, Grécia e Israel.
Mauricio Agudelo, especialista em Telecomunicações do CAF, moderou o debate e explicou que o CAF apoia a digitalização das cidades e dos territórios da América Latina e do Caribe, onde ainda persiste uma lacuna no acesso aos benefícios derivados de uma maior conectividade à Internet de banda larga, que permita uma maior oferta de bens e serviços digitais. “Esta lacuna afeta principalmente a população de baixa renda, instituições da administração municipal, instituições educacionais e uma grande parte do setor produtivo que desenvolve atividades nas áreas urbanas e que ainda não incluiu serviços avançados de telecomunicações e tecnologias em seus processos de produção”, especificou. No nível subnacional, explicou Agudelo, “é evidente que a taxa de penetração da banda larga e da digitalização, em geral, é distribuída com desigualdade dentro das cidades e regiões dos países”. E argumentou que “as cidades da região precisam de políticas e ferramentas para promover a inserção de cidadãos e empresas na nova economia digital, gerando maior valor agregado sobre as economias urbanas. Como consequência dessa dinâmica, espera-se uma melhoria na qualidade de vida da população e na competitividade das empresas”.
O tópico da discussão do painel seguinte foi Tecnologia inteligente para a gestão integral da cidade moderna, e teve a participação de Daniel Carranza, cofundador de DATA Uruguai, Alicia Richart, diretora-geral de digitalES, Associação Espanhola para a Digitalização, Mariola Terciado, diretora de Inovação de Valoriza Medioambiente (Sacyr Serviços), e a moderação de Ana Alcantud, diretora da Consultoria da Anteverti.
O último painel do dia foi dedicado a Cidades conectadas e inclusivas; mesa de prefeitos com a participação de Cuca Gamarra, prefeito de Logroño e vice-presidente da Federação Espanhola de Municípios, Antonio Román Jasanada, prefeito de Guadalajara e membro do Comitê Europeu das Regiões, Alberto Paredes, prefeito da cidade de La Rioja (Argentina), e foi moderado por José Antonio del Río, chefe de Opinião e Suplementos do jornal La Rioja.
No dia anterior, foi realizado um debate sobre Educação e novas tecnologias, que teve a participação de Benjamín Lana, codiretor do Futuro em Espanhol, Josu Ahedo, vice-reitor da UNIR (Universidade Internacional de La Rioja), Alberto Galiana, conselheiro de Educação, Formação e Emprego do governo de La Rioja, David Luna, ex-ministro das Tecnologias da Informação e das Comunicações da Colômbia, José Francisco Ballesta, prefeito de Murcia, e Rubén González, diretor da Escola de Engenharia da UNIR. O debate foi moderado por Mauricio Agudelo, especialista em Telecomunicações do CAF.
OFuturo em Espanhol em Logroño apresenta-se como uma convocação imprescindível para o CAF pela oportunidade de sinergias com renomados centros de pesquisa, empresas e autoridades, que permitem ao banco de desenvolvimento da América Latina entender os acertos e o caminho percorrido até o nível de excelência atual e, assim, poder incluí-lo no seu plano de ação. Esse fórum é uma iniciativa da Vocento e do CAF que nasceu em 2011 com o objetivo de divulgar as possibilidades que o uso da língua espanhola oferece no mundo e para sondar a força do idioma como ponte para os negócios e a cultura.