Como a inovação social transforma a vida em penitenciárias na Bolívia
Desde sua criação, em 2015, o modelo de empresa social implementado no Centro de Orientación Femenina de Obrajes (COF), chamado Pan de Libertad, capacitou mais de 200 mulheres nos ofícios de padaria e confeitaria, desenvolvendo mais de 32 produtos e, em tecelagem, comercializando duas coleções com a marca social OUT.
As autoridades do Ministério de Governo e da Direção Nacional do Sistema Penitenciário receberam um modelo de empresa social implementado no Centro de Orientación Femenina de Obrajes (COF), que, depois de três anos, mostrou que é bem-sucedido, sustentável e replicável e também prova que a inovação social consegue transformar vidas dentro das prisões.
O projeto Pan de Libertad, liderado pelo CAF - banco de desenvolvimento da América Latina - em parceria com a Fundação Mercantil Santa Cruz e a Associação Semilla de Vida (Sevida), é um modelo inovador de empresa social criado em conjunto com as presidiárias e em colaboração com as autoridades do país, cujo objetivo principal é buscar um equilíbrio entre benefícios financeiros e não financeiros para a população carcerária. Em outras palavras, um modelo de negócio que gera, por um lado, renda econômica, por meio de uma estratégia produtiva de tecelagem e padaria, e, por outro – por meio das vendas –, oferece serviços que melhoram as condições de vida das presidiárias dentro do COF. Além disso, as presas recebem capacitação em um ofício que permitirá que se reintegrem à sociedade de forma digna quando forem postas em liberdade.
Durante o ato de lançamento, estiveram presentes Carlos Romero Bonifaz, ministro de Governo; e José Luis Quiroga, vice-ministro do Regime Interno do Estado Plurinacional da Bolívia; por parte do CAF, o secretário-geral, Víctor Rico; a representante na Bolívia; Gladis Genua; e a diretora de Inovação Social, Ana Mercedes Botero. Além disso, o ato contou com a presença de Hernán González, gerente de Responsabilidade Social do Banco Mercantil Santa Cruz; e Rosario Alarcón e René Estenssoro, diretores de Sevida.
As autoridades presentes, em especial, o secretário-geral do CAF e o Ministro de Governo do Estado Plurinacional da Bolívia, aplaudiram a iniciativa, ressaltando a importância de implementar um modelo diferente que responda de forma próxima e eficiente às necessidades da população carcerária e suas famílias, ao mesmo tempo em que constitui uma iniciativa de alto valor e que pode ser replicada em outras penitenciárias do país.
Desde sua criação, em 2015, Pan de Libertad capacitou mais de 200 mulheres nos ofícios de padaria e confeitaria, desenvolvendo mais de 32 produtos, e em tecelagem, comercializando duas coleções com a marca social OUT. Vale a pena salientar que as vendas da empresa social cofinanciaram o atendimento médico e psicossocial das presidiárias, bem como a compra de medicamentos, a realização de exames médicos e laboratoriais, que contribuíram significativamente para o resgate emocional e humano das mulheres privadas de liberdade.