Comunidades do planalto andino de Arequipa se adaptam à mudança climática
A população de cinco províncias da região de Arequipa se beneficiará com a implementação do projeto Ayninakuy, cujo objetivo é reforçar a criação de alpacas e melhorar sua condição de vida. O Governo Regional de Arequipa e o CAF, em seu papel como órgão de execução regional do Fundo de Adaptação das Nações Unidas, gerenciaram os US$ 2,9 milhões destinados à execução do projeto
Cerca de 70 mil moradores de 36 comunidades produtoras de alpacas localizadas em cinco províncias do planalto de Arequipa, em situação de extrema pobreza, se beneficiarão do projeto Ayninacuy, cujo objetivo é fortalecer a criação de alpacas e aprimorar a produção de fibra, bem como fornecer acesso à água potável e a melhores moradias, como parte da adaptação às alterações climáticas na região sul do Peru.
O Ayninacuy (termo em quéchua que significa “adaptando-nos”) tem execução técnica do Governo Regional de Arequipa, por meio do seguinte órgão: Cooperación para el Proceso de Autodesarrollo Sostenible de Arequipa (COPASA). A execução administrativa do projeto está a cargo da organização não governamental (ONG) Consorcio para el Desarrollo Sostenible de la Ecorregión Andina (CONDESAN).
O CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- realizará a implantação do projeto, que recebeu USS 2,9 milhões do Fundo de Adaptação das Nações Unidas e beneficiará moradores de 36 comunidades camponesas, em 18 distritos das províncias de Arequipa, Caylloma, Condesuyos, Castilla e La Unión, localizadas a mais de 3.800 metros acima do nível do mar.
O projeto inclui a instalação de módulos de alerta precoce SAT, a melhoria de diques, a recuperação de microbarragens, a reconstrução de galpões para melhorar as condições sanitárias e prevenir a mortalidade de fêmeas gestantes e filhotes de alpaca recém-nascidos, bem como a colocação de cercas de proteção e o cultivo de pastagens para forragem.
Também contempla a instalação de sistemas domésticos de água potável nas zonas rurais, a melhoria de canais rústicos para otimizar a gestão dos recursos hídricos, a fim de ampliar as zonas úmidas no planalto andino, a localização de módulos de irrigação pressurizada, além do fortalecimento das capacidades de autoridades e representantes das comunidades beneficiadas.
A vice-ministra de Desenvolvimento Estratégico dos Recursos Naturais, Lucia Ruíz Ostoic, afirmou que o projeto implica uma estratégia abrangente de adaptação à mudança climática, mas também um importante componente de inclusão e combate à pobreza.
“Esta iniciativa terá um grande impacto, porque a criação de camelídeos é realizada em ecossistemas de regiões acima de 3.800 metros de atitude e inclui as províncias com maiores níveis de marginalização social. Além disso, é o principal meio de subsistência nas comunidades do planalto peruano. A população que se dedica à essa atividade, em todo o país, é de, aproximadamente, 1,5 milhão de pessoas, todas em situação de pobreza”, disse.
Eventos de divulgação
Após salientar que Arequipa é a primeira região do país a obter recursos do Fundo de Adaptação das Nações Unidas, a governadora local, Yamila Osorio Delgado, destacou que o processo de aprovação para esta iniciativa foi árduo, mas, graças ao trabalho da equipe técnica da COPASA – com assessoria do CAF –, obteve-se o financiamento para implementar as medidas de adaptação à mudanças climáticas, a fim de fortalecer os meios de subsistência das comunidades camponesas mais desfavorecidas da região.
“Os moradores receberão capacitação para que possam atuar como agentes de mudança e reduzir a vulnerabilidade diante da mudança climática, principalmente no fortalecimento dos seus meios de subsistência, como seguro agrícola, moradia saudável, habilitação de serviços básicos e criação de alpacas para a produção de fibra, principal meio de vida da região do planalto andino”, afirmou a governadora Yamila Osorio Delgado, que, acompanhada por representantes do Ministério do Ambiente (MINAM), CONDESAN, CAF e COPASA, inaugurou o evento de divulgação das atividades e dos resultados esperados para o projeto, com as autoridades e os representantes das comunidades beneficiadas.