Autoridades do governo entrante da Cidade do México conhecem os resultados do estudo do CAF sobre estratégias de gestão de demanda e questões de gênero para a mobilidade sustentável

Integrar, melhorar e proteger serão os eixos do trabalho das autoridades de mobilidade entrantes na Cidade do México. A aposta é oferecer um serviço de melhor qualidade no transporte público coletivo e não motorizado (a pé e bicicleta). Só assim será possível sair do círculo vicioso que é produzido quando a baixa qualidade do transporte público faz com que mais pessoas usem os seus carros particulares, congestionando o tráfego e agravando os níveis de poluição. Há ainda o agravante de que o congestionamento não afeta apenas os usuários do transporte privado, mas também os do transporte público, que não dispõem de nenhuma infraestrutura preferencial e que realizam a maior parte dos deslocamentos dentro da cidade.

O CAF apresentou às autoridades entrantes do SEMOVI, SEDEMA e da Secretaria da Mulher os resultados do estudo, que se baseou na pesquisa domiciliar de mobilidade das famílias recentemente publicada. O estudo abrangeu dois temas: primeiramente avaliou as diferenças em termos de mobilidade para homens e mulheres com base na contextualização dos papéis tradicionais de gênero, em particular, a mobilidade relacionada ao cuidado da casa e de crianças e idosos; em seguida analisou os desafios e as oportunidades da implementação de uma ecozona no centro da cidade.

No que diz respeito à estratégia de gestão de demanda, identificou-se a forte adesão da população ao transporte privado. De modo que uma hipotética medida de impedimento de circulação parcial de carros mais poluentes em algumas áreas da cidade e períodos específicos faria com que, no curto prazo, os usuários preferissem usar táxis ou outras opções de compartilhamento de carro e, no longo prazo, buscassem uma maneira de comprar um segundo veículo.

Na análise dos dados de mobilidade com base em uma perspectiva de gênero, estimou-se o peso dos deslocamentos associados a tarefas de cuidado na Cidade do México e revisou-se o papel predominante das mulheres na realização dessas atividades que influenciam na qualidade de vida urbana. Ficou evidente a necessidade de que as políticas de transporte, que até agora se baseiam nas necessidades de acesso ao trabalho remunerado, também sejam elaboradas de acordo com as exigências das pessoas que realizam atividades não remuneradas (cuidado de crianças, de idosos e da casa) para, dessa forma, conseguir uma cidade mais equitativa, principalmente com base nesta perspectiva.

As autoridades concordaram tanto no aprofundamento do entendimento dos desafios relacionados às questões de mobilidade e gênero quanto no fato de que qualquer estratégia de gestão de demanda deve ser acompanhada da melhoria substancial do transporte público. O CAF ofereceu apoiar as iniciativas do governo entrante e aprofundar o estudo de alternativas de gestão de demanda, transporte de carga, estratégias de mobilidade ativa, financiamento do transporte público, segurança rodoviária e estratégias para cuidar de aspectos relativos a questões de gênero na mobilidade da cidade.