Fundos para ampliar o acesso ao crédito para PMEs de propriedade de mulheres no Brasil
A operação tem como objetivo promover o crescimento inclusivo de empresas, além de proporcionar benefícios de desenvolvimento social e econômico que surgem a partir da melhor oferta de crédito para mulheres empreendedoras.
O CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- concedeu uma linha de crédito ao Itaú Unibanco no valor de 150 milhões de dólares para ampliar o acesso ao crédito para pequenas e médias empresas de propriedade de mulheres no Brasil.
Os recursos captados pelo Itaú Unibanco tem o objetivo de financiar empresas cuja participação societária da mulher seja de pelo menos 51% e o faturamento de até R$60 milhões ao ano e seguirá a mesma política de concessão de crédito pessoa jurídica do Itaú. Essa ação reforça o compromisso do banco na equidade de gênero, que já apoia mulheres com soluções que vão além da oferta de crédito há mais 5 anos, através do Itaú Mulher Empreendedora
“Esta parceria reitera nosso compromisso de prover financiamento às mulheres empreendedoras, estando alinhada com as diversas iniciativas do banco focadas neste segmento”, revela Marcelo Pereira Barretto, Superintendente da Tesouraria do Itaú Unibanco.
O Itaú Mulher Empreendedora, fundado em 2013, tem o objetivo de capacitar, inspirar e conectar o público feminino, por meio de conteúdos e ferramentas de gestão e networking para a evolução de suas empresas. São diversas soluções disponíveis no site www.imulherempreendedora.com.br, tais como: artigos, videoaulas, workshops, programa de aceleração e palestras onde são abordados diversos temas relacionados à gestão empresarial. “Acreditamos ser fundamental desenvolver competências de liderança entre estas mulheres e empoderá-las, tornando-as protagonistas de seus negócios e condutoras das próprias vidas.” afirma Luciana Nicola, superintendente de Sustentabilidade, Negócios Inclusivos e Relações Institucionais do Itaú Unibanco.
“O programa de crédito do Itaú Unibanco reforça uma estratégia do CAF, que é o de incentivar iniciativas que revertam a exclusão das mulheres do foco dos produtos financeiros na América Latina. Para melhorar a situação atual, é recomendável que as instituições financeiras abordem a perspectiva de gênero, potencializem as capacidades das mulheres e busquem fazer crescer seus negócios e empreendimentos”, declarou Jaime Holguín, diretor-representante do CAF no Brasil.
Em 2018, o banco multilateral lançou o informe Inclusão Financeira das Mulheres na América Latina,que analisou a fundo os desafios enfrentados pelo público feminino na busca por crédito acessível na região. Segundo a publicação, os estereótipos de gênero, determinados padrões socioculturais relacionados à propriedade e a divisão do trabalho e a ausência de informação disponível desagregada por gênero por parte das entidades financeiras e governos tem provocado que as mulheres tenham um acesso limitado a financiamentos e produtos financeiros, tanto para uso pessoal quanto para empreendimentos.
No Brasil, as mulheres lideram 51,5% dos novos empreendimentos, porém apenas 42,7% das empresas estão estabelecidas (com pelo menos três anos e meio de atividade), de acordo com pesquisa do Global Enterpreneuriship Monitor (GEM). Brasil é a nação dos BRICS com a maior taxa de empreendedorismo feminino (19,6%) entre os novos empreendedores – aqueles que possuem um negócio com até 3,5 anos –, superando a China, com 8,6%; África do Sul, com 5,9%; e Índia, com 7,6%, segundo pesquisa GEM de 2016.
“Na carteira de clientes pessoa jurídica, verificamos que quanto maior a empresa, menor a participação feminina. Enquanto as mulheres representam 54% dos clientes do microcrédito (com faturamento de até R$ 120 mil por ano) e 38,4% do segmento de pequenas empresas (com faturamento de até R$ 1,2 milhão por ano). Por isso, desenhamos soluções para impulsionar o crescimento dessas empresas”, conta Luciana. No 4º trimestre de 2018, o volume de operações de crédito realizadas pelo Itaú Unibanco para empresas de propriedade de mulheres foi de aproximadamente R$ 3,1 bilhões, isso representa um crescimento de 46% quando comparado ao 4º trimestre de 2017, quando a carteira era de 2,1 bilhões de reais. Este crescimento se mostrou consistente em toda a segmentação de pequenas e médias empresas, sendo que a representatividade do crédito para empresas lideradas por mulheres foi de 6% em 2016 para 13% em 2018.