A América Latina deve usar seus recursos naturais mais estrategicamente
Em uma reunião organizada pelo CAF e pela SEGIB, especialistas internacionais analisaram as melhores maneiras para garantir que a exploração dos recursos naturais na América Latina contribua para aumentar a produtividade, promover a estabilidade macroeconômica, melhorar a qualidade do emprego e colher maiores ganhos sociais.
Se forem aplicados os incentivos, estratégias e políticas públicas adequados, os recursos naturais da América Latina têm potencial para se tornarem os principais estandartes de padrões de inovação, dinamismo comercial e crescimento econômico com base em aumento da produtividade e da geração de mais e melhores empregos.
Esta é uma das principais conclusões da reunião "oportunidades e desafios dos recursos naturais para a estabilidade, crescimento, inclusão e sustentabilidade na América Latina", organizada em Quito pelo CAF – banco de desenvolvimento da América Latina – e Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB).
Durante a reunião, também foram discutidos o tipo de regras fiscais, as políticas cambiais e as políticas monetárias para preservar o bem-estar dos cidadãos em momentos de flutuações no preço das matérias-primas e mudanças nas condições de acesso ao financiamento externo.
"A América Latina precisa aproveitar as oportunidades oferecidas pelos setores com uso intensivo de recursos naturais para impulsionar o aumento da produtividade, do investimento e do emprego que contribuam para o crescimento sustentável em longo prazo. Isto requer fomentar a inovação e reforçar as ligações nas cadeias produtivas, assegurando simultaneamente a estabilidade fiscal", afirmou Luis Carranza, presidente-executivo do CAF.
Por sua parte, a secretária-geral ibero-americano, Rebeca Grynspan, declarou: "Precisamos de um novo consenso que olhe para o mercado externo como fonte de investimento e produtividade, como uma importante fonte de riqueza; mas um novo consenso que também examina o mercado interno e aprecie o imenso potencial de crescimento econômico que há na luta contra a pobreza e a desigualdade ".
O vice-ministro das Finanças, Fabián Carrillo, disse que o país está recuperando sua economia. "Agradecemos o apoio que recebemos das agências internacionais, o que mostra que a confiança para investir no Equador retornou", disse o ministro. Além disso, acrescentou que esse processo se baseia em valores fundamentais como a transparência, o renascimento produtivo, a melhoria da institucionalidade e a recuperação de um modelo de desenvolvimento sustentável.
O evento também contou com dois painéis relacionados aos desafios macroeconômicos dos ciclos das matérias-primas e desafios para a diversificação das exportações e crescimento da produtividade, envolvendo Augusto de la Torre, ex-economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina; Jorge Roldós, diretor-adjunto do Fundo Monetário Internacional, Yuri Parreño, vice-ministro da Produtividade; Guillermo Perry, da Universidade dos Andes, entre outros.