Argentina enfrenta o desafio de redobrar seus esforços para aumentar a produtividade
O Relatório de Economia e Desenvolvimento do CAF revela que a Argentina enfrenta um desafio fundamental: melhorar a produtividade, a fim de atingir um PIB per capita mais próximo dos países de alta renda.
A Argentina, assim como os demais países da região, tem pela frente o desafio de elaborar e implementar uma agenda de reformas institucionais, a fim de melhorar o ambiente em que as empresas operam e, assim, promover a eficiência na alocação de recursos, a inovação e uma maior integração produtiva. Essa é uma das sugestões do Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED) 2018, intitulado “Instituições para a produtividade: em prol de um melhor ambiente empresarial”, elaborado pelo CAF - banco de desenvolvimento da América Latina, apresentado hoje na Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).
Participaram da abertura do evento o representante do CAF na Argentina, Santiago Rojas; o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda da Argentina, Miguel Braun; e o diretor-adjunto da OEI da Argentina e coordenador regional de Programas do Mercosul, Luis Scasso. Em seguida, o economista-chefe da Diretoria de Pesquisas Socioeconômicas do CAF, Guillermo Rojas, falou sobre os principais conceitos do RED 2018, que foca em fatores que afetam transversalmente os negócios, como o grau de concorrência, o acesso a insumos e a cooperação entre empresas, relações de trabalho e financiamento.
O representante do CAF na Argentina, Santiago Rojas, destacou que “o relatório diagnostica as dificuldades que afetam a produtividade e conclui que o problema da região não é o que produz, mas como produz, devido às fragilidades nos mecanismos de abertura e fechamento de empresas, à baixa inovação e a uma distribuição ineficiente do emprego e do capital entre os estabelecimentos produtivos, inclusive os que estão na informalidade”.
O diretor-adjunto da OEI na Argentina, Luis Scasso, por sua vez, afirmou que “o Relatório de Economia e Desenvolvimento 2018, elaborado pelo CAF, destaca os problemas enfrentados pela América Latina e o Caribe no que diz respeito a várias questões de capacitação e desenvolvimento do capital humano e processos de inovação, que retardam o crescimento da produtividade nos países da região”.
Dando prosseguimento à apresentação do RED 2018, o vice-presidente de Conhecimento do CAF, Pablo Sanguinetti, moderou um painel que contou com a participação do subsecretário de Desenvolvimento e Planejamento Produtivo da Argentina, Bernardo Díaz de Astarloa; do economista sênior de Finanças, Competitividade e Inovação do Banco Mundial, Daniel Gómez Gaviria; do economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Gabriel Sánchez; e do economista-chefe da Câmara de Comércio da Argentina, Matías Bolis Wilson.
Em sua análise durante o evento, em Buenos Aires, Pablo Sanguinetti explicou: “Se analisarmos a fisionomia da produtividade na Argentina, veremos que o problema afeta todos os setores da economia”.
No caso específico da Argentina, o relatório identifica que, apesar de um PIB per capita equivalente a 35% do dos Estados Unidos (mais alto que a média da região, de 26%), o país apresenta desafios devido ao seu baixo nível de competitividade local. Esse fenômeno está ligado, por exemplo, a barreiras à entrada (como autorizações e licenças) e a tarifas elevadas, que limitam a concorrência.
Em termos de financiamento empresarial, o RED 2018 discute as restrições existentes no mercado de crédito para o setor privado. Na América Latina, a concessão de crédito doméstico ao setor privado atinge uma média de 50%. A Argentina apresenta o nível mais baixo da região, de 14%, em contraste com os 112% do Chile.
Para alcançar um crescimento sustentado da produtividade, é preciso redobrar os esforços, a fim de promover a adequação do tecido institucional para que se traduza em um ambiente que incentive mais inovação, mais eficiência na alocação de recursos e maior integração produtiva. Por meio do RED 2018, apresentado hoje na Argentina, o CAF pretende fornecer aos países da região informações pertinentes sobre quais iniciativas são mais úteis para construir pontes e avançar no caminho de alcançar um maior desenvolvimento.