Chile e CAF levarão o estudo de viabilidade para a primeira porta digital entre a América do Sul e a Ásia

O Ministério dos Transportes e Telecomunicações (MTT) e o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- assinaram hoje um Acordo de Cooperação Técnica no valor de US$ 3 milhões ($ 2,1 bilhões) para financiar os estudos de viabilidade do Projeto de Integração de Cabos Submarinos: “Conexão Digital Ásia – América do Sul”.

A análise fornecerá as definições técnicas, jurídicas, financeiras e econômicas necessárias para a construção de um cabo submarino entre os dois continentes, o que possibilitará a criação de um sistema de integração digital para a região.

O projeto visa estabelecer uma conexão digital entre a América do Sul e o continente asiático, implantando um cabo de fibra ótica submarino, cuja rota potencial cobre uma distância aproximada de 24 mil quilômetros, e seu projeto inicial inclui pelo menos dois pares de fibra óptica, com capacidade transmissão de acordo com os padrões atuais para este tipo de sistemas (10-20 Tbps).

A ministra dos Transportes e Telecomunicações, Gloria Hutt Hesse, destacou que o estudo “permitirá conhecer as possibilidades de rota do projeto, que posiciona o país como porta de entrada de dados em toda a região e como local atraente para a localização de data centers que se conectam a essa fibra. Assim, avançamos no desenvolvimento de nossa agenda de telecomunicações, conhecida como "Matriz Digital", e cumprimos com o mandato do Presidente Sebastián Piñera de aumentar a conectividade do país, tanto internamente quanto com o mundo. Esperamos ter os primeiros resultados deste estudo durante o segundo semestre de 2019 e, durante o ano de 2020, queremos estabelecer o consórcio responsável e depois iniciar a construção do cabo”.

Por sua vez, o presidente executivo do CAF, Luis Carranza Ugarte, afirmou que: "A existência de maior conectividade, juntamente com maior capacidade e confiabilidade das redes, estimulará a digitalização nos processos produtivos, melhorando sua eficiência, fator fundamental para o desenvolvimento sustentável do Chile e da América Latina, de modo que estamos muito satisfeitos em promover projetos de infraestrutura de integração, especialmente com a Ásia, um mercado estratégico para a região".

Carranza enfatizou que, com o apoio ao projeto, o CAF renova seu compromisso com a integração regional digital que vem apoiando por meio do financiamento de projetos de infraestrutura de telecomunicações de grande escala para a implantação de redes de acesso de banda larga fixa e móvel, bem como com o financiamento de estudos para a instalação de um centro de intercâmbio de dados no Panamá, entre outros.

Enquanto isso, a subsecretária de Telecomunicações, Pamela Gidi Masías, disse que “o governo tem a vontade política e econômica de transformar o Chile em um importante centro digital para a região, e é por isso que estamos promovendo essa iniciativa de conexão subaquática com a Ásia. Isso é complementado pela implantação de fibra terrestre nos diferentes pontos de passagem da fronteira em todo o país, e internamente, com os projetos Fibra Óptica Nacional (FON) e Fibra Óptica Austral (FOA), dobrando a capacidade existente”.

A subsecretária acrescentou que, independentemente dos resultados fornecidos pelo estudo de viabilidade que será proposto na próxima semana, o Governo tomará as medidas necessárias para que uma parte da rota passe pela Ilha de Páscoa, melhorando a conectividade digital da Ilha, conectando seus habitantes e possibilitando a introdução de processos digitais em suas atividades produtivas, como o turismo.

Após essa assinatura do acordo, o MTT - através da SUBTEL - iniciará o processo de licitação para este estudo de demanda e viabilidade e sua posterior adjudicação. Essa iniciativa, liderada pelo Chile, recebeu o apoio da Argentina, do Brasil e do Equador, países que, juntamente com outros países da região, beneficiar-se-ão de efeitos de transbordamento significativos, conectando-se à Ásia-Pacífico a custos mais baixos. 

A primeira via digital entre a América do Sul e a Ásia melhorará a confiabilidade das redes e o desenvolvimento do capital humano; aumentará a concorrência; facilitará as condições para a colocação de data centers e atenderá à demanda futura de serviços da quarta revolução industrial e big data, entre outros.

As bases de licitação para as empresas interessadas em participar da realização deste estudo estarão disponíveis a partir da próxima semana.