Como impulsionar o comércio internacional da América Latina em um novo ambiente global
Mais de 1.000 líderes de diferentes setores da América, Europa e Ásia participam do 23ª Conferencia Anual CAF, que em seu primeiro dia gira em torno de como repensar uma agenda comercial nas Américas e potencializar as relações com a China, além da complementaridade.
A América Latina não está isenta do impacto da relação comercial EUA-China. Os efeitos sobre os fluxos comerciais, as taxas de câmbio e os preços das commodities são alguns dos aspectos que impactam as economias da região. Como lidar com esta situação e que medidas tomar para fortalecer o comércio internacional foram os temas centrais do primeiro dia da 23ª Conferência Anual do CAF, realizada no Hotel Willard em Washington, D.C.
Na solenidade de abertura, o presidente-executivo do CAF, Luis Carranza Ugarte, afirmou que "a despeito dos efeitos conjunturais, o novo equilíbrio a que estamos chegando no mundo e como a América Latina pode se posicionar melhor diante dos novos padrões de negociação que vão surgir têm uma importância significativa".
De sua parte, Michael Shifter, presidente do Diálogo Interamericano, afirmou: "Dado o atual cenário de incerteza política, econômica e social, as guerras comerciais e as crises políticas, é mais importante do que nunca focar em desafios de longo prazo no hemisfério ocidental".
A ex-subsecretária de Defesa para Assuntos Políticos dos EUA, Michèle Flournoy, em uma conversa com Thomas Shannon, copresidente do Diálogo Interamericano e ex-subsecretário de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, destacou os desafios de segurança e as relações geopolíticas com a China, a Rússia, a Europa, bem como questões conjunturais como o Brexit. "No caso da China, nas áreas de segurança, política e economia, precisamos ver como podemos competir, colaborar e ter uma maior aproximação institucional que nos permita alcançar um cenário onde todos sigam as regras do jogo", afirmou.
Como repensar uma agenda comercial nas Américas foi o tema de debate da primeira sessão em que Carla Hills, ex-representante do Comércio (EUA) participou; Anabel González, ex-Ministra do Comércio (Costa Rica); Marisa Bircher, Secretária de Comércio Exterior do Ministério da Produção e Trabalho da Nação (Argentina); Martha Bárcena, embaixadora mexicana nos EUA; e Mauricio Mesquita Moreira, Economista Principal do Setor de Comércio e Integração do BID.
A segunda sessão se concentrou na forma avançar as relações entre a América Latina e a China para além da complementariedade, com as contribuições de Isabel de Saint Malo, ex-vice-presidente e ministra das Relações Exteriores (Panamá); Alex Hao,sócio da JunHe (EUA); Enrique Dussel Peters, professor de economia da UNAM (México); Anton Chan, especialista em RMB, mercados financeiros da Standard Chartered Bank (EUA) ; Rosa Ng, representante da relação comercial RD-China, Rede Ibero-Americana de Estudos Internacionais (República Dominicana) e Silvia Pavoni, The Banker, Financial Times.
Ao longo da quinta-feira, na 23ª Conferência Anual do CAF, convocada pelo CAF - banco de desenvolvimento da América Latina -, o Diálogo Interamericano e a Organização dos Estados Americanos (OEA), serão abordadas questões conjunturais na região como as mudanças políticas com os atuais processos eleitorais e novos governos no Brasil e no México, mídia social, desinformação e mudança de política na América Latina, e para que direção a Venezuela está caminhando.
"O impacto da revolução digital nos sistemas políticos em geral e nos processos eleitorais em particular é indiscutível. Como na América Latina podemos manter um ritmo adequado de crescimento e reformas estruturais que melhorem a longo prazo, apesar da menor capacidade do Estado de implementar reformas, é uma questão fundamental para a região a ser discutida durante a conferência", adicionou Carranza.
Saiba mais sobre a programação da 23ª Conferência Anual do CAF e siga a transmissão ao vivo.
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