Os desafios para alcançar um pacto social e maior integração na América Latina
Com a presença de destacados líderes da Argentina e da região, foi realizado o Seminário CAF “Desafios para o crescimento e o desenvolvimento na América Latina”, no qual foram discutidos os desafios de investimento enfrentados e o comércio em um mundo globalizado, no âmbito das atividades comemorativas dos 50 anos da instituição.
O CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, com o apoio da Presidência da Nação Argentina, realizou o Seminário CAF “Desafios para o crescimento e o desenvolvimento da América Latina”, que reuniu destacados líderes de diversos setores para compartilhar perspectivas sobre os desafios enfrentados pela Argentina e a região em termos de investimento e comércio em um mundo globalizado, e identificar algumas chaves para a construção de um novo pacto social na América Latina.
Em seu discurso de abertura, o presidente-executivo do CAF, Luis Carranza Ugarte, destacou: “Há 50 anos, apoiamos o desenvolvimento sustentável e a integração regional, com o aporte total de USD 188 bilhões desde então. Somente nos últimos 20 anos, apoiamos 77 projetos de infraestrutura de integração com mais de USD 31 bilhões. Avançamos na redução da pobreza e da desigualdade, mas ainda temos muito a fazer e, para isso, precisamos de um pacto social que permita a construção de consensos e nisso o CAF desempenha um papel fundamental, porque, mais do que um banco, somos parceiros no desenvolvimento. Essa é a nossa história, esse é o nosso compromisso com a Argentina e a região”.
Por sua vez, o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da Nação, Gustavo Béliz, apresentou o tema “10 ideias para a Integração da América Latina”. “Temos que pensar na integração regional com um critério de inovação, inclusão social e que atenda às urgências de um novo tipo de infraestrutura, respeitando as mudanças climáticas na América Latina ”, disse.
No painel “Desafios de investimento e comércio em um mundo globalizado”, moderado por Cecilia Nahón, representante da Argentina no Banco Mundial, a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, afirmou que “o pano de fundo da América Latina não é a pobreza, é a desigualdade. A redistribuição da riqueza é uma tarefa pendente na região. Devemos encontrar uma forma de criar políticas sociais de nova geração por meio, por exemplo, de novos impostos redistributivos que taxam o 1% mais rico da população”. O ministro de Desenvolvimento Produtivo da Argentina, Matías Kulfas, acrescentou: “Precisamos de uma política de integração para desenvolver uma rede de cadeias de valor que contribua desde a matriz produtiva para modificar a matriz distributiva da região”.
O Ministro de Economia e Finanças do Panamá, Héctor Alexander, ressaltou que “hoje, um dos grandes desafios que temos na economia digital é importar conhecimento. Precisamos de uma boa estratégia para importar esse conhecimento que está circulando no mundo e, assim, atingir taxas de crescimento elevadas para dar um salto”. Por sua vez, o vice-ministro da Economia do Paraguai, Humberto Colmán, apontou: “os desafios que enfrentamos para que a região alcance um crescimento mais equitativo são significativos. O CAF tem se comprometido com a integração por meio do investimento em projetos de infraestrutura, o que deve manter para aproximar as cadeias de valor regionais”.
O Seminário prosseguiu com a apresentação principal de Nora Lustig, professora de Economia Latino-Americana na Tulane University, sobre desigualdade, pobreza e políticas públicas, na qual destacou que “para atingir um piso de renda mínima na América Latina, ainda há muito a fazer. Entre as possíveis fontes de financiamento está a realocação de gastos com transferências e subsídios para a população pobre: por exemplo, a Bolívia gasta duas vezes mais em transferências do que o México, mas não os foca, e, na Bolívia, a incidência da pobreza aumenta como resultado do efeito líquido de transferências e impostos”.
Do painel “Rumo a um novo pacto social na região”, participaram Rebeca Grynspan, secretaria geral Iberoamericana; María Eugenia Bielsa, ministra de Desenvolvimento Territorial e Habitat; Gabriel Katopodis, ministro de Obras Públicas; Pablo Gentili, secretário de Cooperação Educativa e Ações Prioritárias; Victoria Tolosa Paz, secretária executiva do Conselho Nacional de Políticas Sociais; y Luis Scasso, diretor do Escritório da Argentina da Organização dos Estados Iberoamericanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI); com moderação de Jorge Srur, representante da Argentina no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
As conclusões e discurso de encerramento do encontro realizado no Centro Cultural Kirchner de Buenos Aires, no âmbito das atividades comemorativas dos 50 anos do CAF, estiveram a cargo de Christian Asinelli, subsecretário de Relações Financeiras Internacionais para o Desenvolvimento da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Nação, e Santiago Rojas, representante do CAF na Argentina. Clique aqui para ver vídeos dos painéis e fotos do Seminário.