Brasil ocupa a quarta posição em Índice Iberoamericano sobre Govtech
Trata-se do primeiro índice que avalia uso de soluções digitais no setor público e o grau de amadurecimento dos empreendimentos innovadores que agregam valor à gestão dos governos. Espanha, Portugal, Chile, Brasil, México, Uruguai e Colômbia encabeçam o ranking.
O CAF - banco de desenvolvimento da América Latina- e a Oxford Insights publicam o primeiro Índice GovTech da Ibero-América, um indicador que analisa a integração de ecossistemas empresariais de base tecnológica, vinculados à gestão pública de governos, e que mede o grau de maturidade dos ecossistemas govtech, o dinamismo dos mercados iniciantes e os replicadores digitais com vocação pública, além do grau de inovação das instituições públicas.
O Índice, apresentado no estudo GovTech 2020 Index: Empowering Govtech Ecossystems na Ibero-América, usa três variáveis como referência - startups digitais, políticas governamentais e sistema de compras - e conclui que os países ibero-americanos precisam aplicar mais masiva e eficientemente as novas soluções digitais baseadas em dados, de forma a oferecer melhores serviços aos cidadãos e move-los para o centro de suas gestões.
Apesar da heterogeneidade da região, o Índice GovTech 2020 sugere que os países mais digitalizados estão melhor posicionados para aproveitar os ecossistemas govtech. As cidades têm maior potencial de aproveitar essas novas tendências, dado o dinamismo das startups e políticas digitais tradicionais para promover o empreendedorismo digital, como visto em cidades como Buenos Aires, Cidade do México e São Paulo.
O ranking do Índice GovTech 2020 por país é liderado pela Espanha com uma pontuação de 6,6 em 10, seguida por Portugal (6,2), Chile (5,3), Brasil (5,2), México (5,2) , Uruguai (5,1) e Colômbia (5), Argentina (4,1), Costa Rica (4), Peru (4), Panamá (3,9), República Dominicana (3,7), Bolívia (3, 6), Equador (3,6), Paraguai (3,4), Venezuela (2,3).
Na análise sobre as cidades, o Índice destaca o exemplo de Guadalajara, no México, que por meio do Visualizador Ubano (Visor Urbano, em espanhol) está facilitando o processamento de licenças para projetos comerciais ou de construção inteiramente na web, ajudando os cidadãos a obter informações sobre desenvolvimento urbano do município. Também é destacado o caso de sucesso dos municípios de La Rioja, Alta Gracia e Rosario, na Argentina, onde a MuniDigital oferece um sistema de dados em tempo real, baseado na nuvem, que permite aos cidadãos enviar alertas, registrar reclamações e receber notícias sobre desenvolvimentos recentes em seu município. Finalmente, Teresina, no Brasil, está usando a tecnologia blockchain e a inteligência artificial para obter um sistema de transporte público mais eficiente, digitalizando os dados dos passageiros.
"A recomendação mais importante do Índice GovTech 2020 é o enorme potencial e o crescente dinamismo dessas startups digitais que têm uma vocação pública e desejam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. O governo propõe novas alianças público-privadas para acelerar a transformação digital das administrações públicas. Sua contribuição será fundamental para a recuperação da crise do COVID-19, que será marcada pela aceleração da transformação digital do Estado ”, explica Carlos Santiso, diretor da Direção de Inovação Digital do Estado do CAF.
Dado que os ecossistemas GovTech surgiram recentemente, e considerando a aceleração da transformação digital dos governos em resposta à crise do COVID-19, o estudo prevê que, nos próximos anos, eles registrarão um aumento considerável, pois há um apetite crescente por parte dos governos a melhorar seus esforços tradicionais por meio de novas soluções digitais. Embora a América Latina, Espanha e Portugal tenham melhorado a incorporação de estratégias digitais, apenas alguns países reconhecem em suas políticas públicas a importância das govtechs.