América Latina deve entrar em modo start-up para acelerar a recuperação econômica
Em evento organizado pelo CAF e pela Presidência da Colômbia, o presidente Iván Duque garantiu que o país quer se tornar o Vale do Silício da América Latina e listou os avanços de seu governo, como a criação do Conselho de Transformação Digital e um quadro de políticas públicas incluído no Plano Nacional de Desenvolvimento.
Durante o evento “Ampla aceleração digital na América Latina: como colocar o estado em modo start-up para recuperação?”, organizado pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- e pela Presidência da Colômbia, Iván Duque garantiu que a Colômbia está acelerando a transformação digital do governo, pensando nos cidadãos. “Nosso objetivo é buscar economia, eficiência e acelerar serviços ao cidadão com base na tecnologia, mas também produzindo um impacto positivo em termos de transparência e fiscalização da função pública”.
Por sua vez, Luis Carranza, presidente-executivo do CAF, enfatizou que a pandemia destacou a importância da digitalização. “O futuro já chegou e temos que reagir não apenas pela recuperação, mas por um futuro inclusivo e próspero. O CAF tem se concentrado “no uso de inteligência artificial e dados para aprimorar as políticas públicas, avançar na melhoria regulatória e na simplificação administrativa, bem como na transparência da gestão pública, e ajudar nossos municípios a se tornarem cidades inteligentes”, afirmou Carranza.
O evento, do qual participaram especialistas internacionais da França, Itália e Reino Unido, Chile, Colômbia e Brasil, entre outros, analisou as estratégias mais eficazes para os governos latino-americanos acelerarem os processos de transformação digital do Estado e, com isso, contribuir para a recuperação econômica.
No primeiro painel, focado no uso estratégico de dados e inteligência artificial no setor público, Paula Forteza, deputada dos franceses residentes na América Latina e Caribe, garantiu que um ponto fundamental para aproveitar as vantagens da inteligência artificial na solução dos problemas públicos é a abertura dos dados e a definição dos princípios éticos em relação ao seu uso. “Os dados são usados para treinar os diferentes modelos e algoritmos. Quanto mais acesso a dados gratuitos ou grandes bancos de dados, mais podemos desenvolver uma política de inteligência artificial”
Por sua vez, Víctor Muñoz, conselheiro presidencial para Assuntos Econômicos e de Transformação Digital da Colômbia, destacou que o país possui uma política abrangente de transformação digital e reforçou que “enfatizamos a inteligência artificial e o uso responsável da mesma para gerar processos disruptivos”.
No segundo painel, que analisou como os governos da região podem incorporar massivamente soluções de empreendedorismo tecnológico e baseadas em dados para oferecer melhores serviços públicos aos cidadãos, Warren Smith, diretor do Programa de Mercado Digital Global do Reino Unido, afirmou que o principal desafio para o futuro dos GovTechs é promover a colaboração de diferentes setores e diferentes níveis de governo. Para Francesca Bria, presidente do Fundo Nacional de Inovação da Itália, a renovação dos governos, da economia e da sociedade só pode ser alcançada com uma visão de futuro, aproveitando os processos de digitalização e envolvendo a sociedade.
Concluindo, os painelistas internacionais concordaram que é necessário criar políticas e instrumentos financeiros para fortalecer o ecossistema relacionado à transformação digital.