México se torna membro pleno do CAF e reforça presença na América Latina
A incorporação do México como acionista Série A, após três décadas de trabalho conjunto, permitirá ao país maior acesso a recursos financeiros de longo prazo, bem como cooperação técnica para seu desenvolvimento sustentável, entre outros benefícios.
No âmbito do 50º aniversário do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, o presidente-executivo da instituição, Luis Carranza Ugarte, firmou com o secretário de Fazenda e Crédito Público, Arturo Herrera Gutiérrez, a incorporação do México como membro titular plano do CAF, um marco importante após três décadas de trabalho conjunto e que permitirá ao país maior acesso a recursos financeiros de longo prazo, cooperação técnica para seu desenvolvimento sustentável e uma cadeira permanente no Conselho de Administração da entidade multilateral, entre outros benefícios.
Durante a cerimônia de assinatura, o presidente-executivo do CAF, Luis Carranza Ugarte, destacou que “este é um exemplo muito claro da confiança depositada no CAF, da vontade e do interesse político do Governo do México em aprofundar os laços de trabalho com os instituição, bem como estreitar seu relacionamento e sua integração com os países da América Latina, o que assume especial relevância na situação em que nos encontramos, devido à pandemia de COVID-19”.
Por sua vez, o secretário de Fazenda e Crédito Público, Arturo Herrera Gutiérrez, ressaltou a importância de fortalecer a agenda internacional nos tempos atuais, em que a COVID-19 tornou visível a necessidade de maior cooperação entre as nações e as instituições. “O CAF é uma instituição extraordinariamente nobre com a ideia de contribuir para o desenvolvimento dos países”.
O México foi o primeiro país não andino a incorporar-se ao CAF como acionista Série C, em 1990, quando os presidentes da Comunidade Andina convidaram os países membros da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) a fazerem parte do banco. Desde então, a instituição tem desempenhado um papel significativo no apoio à indústria de capital de risco no México, por meio de investimentos em fundos, com ênfase no desenvolvimento de negócios para pequenas e médias empresas.
O CAF forneceu apoio substancial ao México, por meio da concessão de linhas de crédito rotativo em favor da Nacional Financiera (NAFIN), do Banco Nacional de Comércio Exterior (Bancomext) e do Fundo Fiduciário Público Especial para Financiamento Agrícola (FEFA). Da mesma forma, nos últimos anos, foram estabelecidos financiamentos estratégicos para o setor de telecomunicações e a favor da implementação de políticas públicas de transparência e aprimoramento regulatório. Neste sentido, formalizou-se, no início do ano, um empréstimo de USD 300 milhões que estabelece um conjunto de ações destinadas a reduzir o custo da regulamentação e obstáculos e simplificar procedimentos e serviços para cidadãos e empresas.
O Presidente Carranza reafirmou ao secretário Herrera o compromisso do CAF com a agenda de produtividade e desenvolvimento do México, aspecto essencial para gerar as condições que permitam o bom desempenho da atividade econômica, fomentem a atividade empresarial e, em geral, promovam as regras que estimulam mais inovação, investimento, crescimento econômico e consolidam o bem-estar social.
A CAF iniciou suas operações em 1970 com um capital de USD 25 milhões fornecido pelos cinco países fundadores (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela). Hoje, são 19 países acionistas (incluindo Espanha e Portugal) e mais de USD 47 bilhões em ativos e cerca de USD 13 bilhões em patrimônio líquido. Sua evolução histórica faz do CAF um dos poucos casos de integração bem-sucedidos na América Latina.