CAF compartilha oportunidades de financiamento verde na Bolívia e região

Um grupo de startups que utiliza eficiência energética e energias renováveis ​​para seu desenvolvimento apresentou sua experiência em uma conferência virtual, promovida pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- para estimular os bancos do país a apoiarem essas iniciativas.

Florentino Fernández Venegas, representante do CAF na Bolívia, explicou, durante o webinar, que há recursos que podem ser canalizados “por meio de empréstimos com instituições financeiras intermediárias e também com assistência técnica e apoio especializado do CAF e KFW”.

Entre executivos de bancos e especialistas em empreendimentos de financiamento verde, 120 pessoas participaram do evento, de diferentes partes do país.

Em 2020, por meio da DRFI, da Vice-Presidência de Finanças, e como parte da cooperação financeira oficial entre a Alemanha, o CAF e o banco de desenvolvimento do governo alemão (KFW), uma linha de crédito de até USD 70 milhões foi ampliada para financiar medidas de eficiência energética na América Latina.

“Adicionalmente, está disponível um montante extra não reembolsável de 837mil euros, como medida complementar, para a prestação de serviços, bem como consultorias e auditorias energéticas, para o sucesso da implementação dos empréstimos”, explicou Fernández.

Os empreendedores, entre eles, a fabricante de veículos elétricos de Cochabamba, Quatum, e a recicladora Empacar, forneceram informações técnicas sobre o potencial de seus projetos com vistas a um crescimento que leve em conta uma assessoria especializada.

Em nome do CAF, foi anunciada a iniciativa da medida complementar do Programa CAF Verde, focada em negócios verdes, desde 2015, que gerou uma metodologia de avaliação verde e mais de 40 Manuais e Guias por setor econômico e por tecnologias, entre outras ferramentas, para identificar investimentos a favor da eficiência energética e da utilização de energias renováveis.

“Esses empréstimos abrangem, entre outros, investimentos em modernização de equipamentos eficientes do ponto de vista energético, construção de infraestruturas, aquecimento, refrigeração, iluminação, recursos, projetos que utilizem recursos energéticos renováveis ​​para consumo próprio”, destacou Fernández.

A ideia é contribuir para a redução do consumo de energia e das emissões de dióxido de carbono (CO2) para ajudar no cumprimento do Acordo de Paris, de 2015, e também das contribuições determinadas na Bolívia.

Na conferência, a Quantum revelou que vendeu 380 veículos em um ano, o que implica que serão emitidas 22 toneladas de CO2 por mês, devido ao impacto da utilização de seus veículos elétricos. 

“Este projeto do CAF visa a ajudar a reduzir as barreiras que são, fundamentalmente, o desconhecimento das pequenas e médias empresas sobre questões de eficiência energética, a falta de ligação entre fornecedores e clientes, bem como a ausência de tecnologias eficientes e incipiente incentivo do governo”, apontou Gonzalo Barrios, especialista em Finanças Sustentáveis ​​do IPC-Deuman.

Turián Palacios, especialista em Eficiência Energética do IPC-Deuman, explica que 63% da energia produzida no país é gerada por meio de termelétricas (gás natural e óleo diesel), 36% de fontes renováveis ​​(hidrelétrica) e 4% das alternativas (eólica, solar e biomassa).

Da mesma forma, destacou que o preço da energia na Bolívia é econômico em relação à média dos demais países da América do Sul, pois é subsidiado, e destacou que os setores potenciais de maior demanda são construção, transporte e comércio.

Por fim, destacou que o Decreto 4477, recentemente promulgado, abre possibilidades para empresas privadas gerarem energia elétrica e que seus excedentes possam ser injetados no SIN (Sistema Interligado Nacional), “o que nos permite vislumbrar um bom futuro na Bolívia”.

Ao fim do evento, foi confirmado que todos esses esforços para implementar investimentos em eficiência energética fazem parte do compromisso do CAF de continuar trabalhando em prol do desenvolvimento sustentável e da integração latino-americana como pilares fundamentais para alcançar uma sociedade e um sistema financeiro cada vez mais inclusivos, com impactos positivos nos ecossistemas e resilientes às flutuações climáticas.