Salvador ganha espaço inédito em homenagem aos sons da Bahia
O CAF financiou a restauração do icônico Museu da Música, localizado no antigo Casarão dos Azulejos Azuis.
Celeiro de uma imensa diversidade de ritmos e sonoridades, Salvador tem a música como um de seus principais bens culturais, que promove o turismo, a produção local, a exportação de músicas e muitos trabalhos ligados a shows e eventos. A cidade é berço da bossa nova, do axé e da timbalada, entre tantos outros ritmos que quebraram paradigmas, servindo de referência para artistas nacionais e internacionais.
A história de 472 anos de Salvador, capital do estado da Bahia, é também a história da música brasileira. E agora esta história pode ser contada e cantada das mais diversas formas, com a inauguração da Cidade da Música, um novo museu instalado pela Câmara Municipal, no histórico Casarão dos Azulejos Azuis, na zona do Comércio.
Foram investidos USD 2,2 milhões na restauração do antigo prédio, financiado pelo CAF por meio do Proquali (Programa de Requalificação Urbana de Salvador), que teve início em 2019 e totaliza USD 60,2 milhões para investimentos em diversas frentes na municipalidade.
“A Cidade da Música é o primeiro edifício de um complexo ligado à cultura e à música nesta região do Comércio. Nos próximos anos, outros USD 20 milhões do CAF serão investidos na recuperação de outros dois prédios em construções vizinhas, nos quais serão instalados diferentes equipamentos culturais”, explica Jaime Holguín, representante do CAF no Brasil. De acordo com isso, o complexo será peça fundamental no reequilíbrio do bairro, atraindo negócios e turistas do Brasil e do mundo.
O CAF e a cidade de Salvador negociam a concessão de recursos por meio de cooperação técnica para o desenvolvimento de um plano de gestão do complexo cultural. “A ideia é encontrar a melhor forma de gerir os equipamentos culturais, para que as atividades sejam oferecidas ao longo dos anos, de forma financeiramente sustentável”, explica Holguín.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, destacou durante a inauguração do espaço, em 22 de setembro de 2021, que, pela primeira, vez a capital baiana ganha um espaço de acordo com suas tradições culturais. “O espaço utiliza alta tecnologia para oferecer aos visitantes uma verdadeira imersão no passado, presente e futuro da produção sonora baiana. Além disso, também será um centro de produção de novas linguagens musicais, com equipes técnicas e estúdios para promover novos movimentos”, afirmou. “Tudo isso conforma um projeto ambicioso, que está fazendo jus a uma das regiões mais bonitas da cidade, a qual abriga uma parte importante de nossa história”, acrescentou.
Interatividade
Composta por quatro andares, a Cidade da Música conta com uma área de 1.900 m² e um cenário cativante, que leva o visitante a uma verdadeira imersão proporcionada pelo uso da tecnologia. Para visitá-la e acompanhar todas as informações disponíveis, basta utilizar o aplicativo criado com dados sobre cada atração do museu.
No piso térreo, encontram-se o hall de entrada, recepção/bilheteira, cafeteria, loja, biblioteca, mediateca, centro de pesquisa, infraestrutura e zona administrativas. Os andares superiores abrigam coleções permanentes e estão sob a curadoria do antropólogo Antonio Risério e do arquiteto Gringo Cardia. No primeiro andar, os visitantes encontrarão a exposição “A cidade de Salvador e sua música”, com história e novas tendências, exibida em diferentes ambientes e também em uma grande maquete interativa.
O segundo andar, por sua vez, tem o tema da Tropicália em cena com ilustrações gigantes de fragmentos da pintura modernista de Genaro de Carvalho. O local abriga a exposição “História da Música na Bahia", com nove cabines de vídeo, além de três salas. Um deles é intitulado “A Magia da Orquestra” e apresenta conteúdo focado na música erudita, mostrando passo a passo como funciona uma orquestra, de que instrumentos é composta e um vídeo gravado com a Orquestra Sinfônica da Bahia.
O último andar da Cidade da Música da Bahia oferece entretenimento educacional. Entre eles estão três estúdios de gravação de clipes de karaokê onde o visitante escolhe um fundo gráfico e, ao final, tem seu clipe pronto para postar nas redes sociais. Uma estação de vídeo exibe todos os clipes que foram gravados. O conteúdo é cumulativo e é possível pesquisar quem gravou cada peça, permitindo a criação de novos movimentos musicais.