“Visões do Desenvolvimento” [Visiones del desarrollo] é uma seção promovida pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- que analisa os principais temas de desenvolvimento da região. Os artigos contidos nessa seção são publicados simultaneamente nos principais meios de comunicação da América Latina.
Tecnologia para lidar com a pandemia de diabetes
Atualmente, cerca de 41 milhões de pessoas na América Latina e 400 milhões de pessoas no mundo têm diabetes. Esse número, além disso, continua a crescer à medida que o tempo avança, a ponto de se estimar que antes de 2040 haverá 68 milhões de diabéticos na região.
“O diabetes, que era a pandemia de que todos falávamos antes da chegada da Covid-19, representa um desafio para os sistemas de saúde e uma ameaça à sua sustentabilidade financeira”, diz María Jesús Salido, CEO da Social Diabetes, startup que fornece um aplicativo móvel que permite aos pacientes usar várias ferramentas digitais para monitoramento e análise de pacientes diabéticos, o que ajudará a melhorar a qualidade de vida de mais de 1 milhão de pessoas nos próximos 2 anos.
O diabetes é um dos principais desafios para a saúde do século XXI, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Dados da organização indicam que o número de pessoas que sofrem dessa patologia chegará a 642 milhões em todo o mundo até 2040. Uma das vantagens dessa solução é permitir que o paciente entre em contato com um profissional de saúde a distância, evitando, assim, que se desloque a um posto de saúde; isso reduz as possibilidades de infecção por COVID-19 neste grupo classificado como sendo de alto risco.
“Achamos que o controle do diabetes depende mais dos pacientes do que do sistema. Então, se queremos acelerar a resposta, temos que oferecer essa tecnologia aos pacientes e digitalizar a terapia para que os próprios usuários usem esses dados e os sistemas de saúde de forma inteligente, contribuindo e gerando assistência com base em todos esses dados”, acrescentou María Jesús Salido.
O uso dessa plataforma proporciona aos pacientes e médicos uma visibilidade mais completa dos dados gerados durante o atendimento e o monitoramento da glicose e da insulina, além de agilizar os processos. “Antes do aplicativo, eu não tinha o cálculo da insulina integrado. Anotava tudo em outro lugar ou em um caderno. Obviamente, precisar pegar o caderno todas as vezes foi ficando desagradável. Agora tenho essa vantagem de sempre saber, a qualquer momento, quanta insulina resta no meu corpo, só para citar um exemplo”, diz Carlos Soto, paciente de 31 anos do Chile.
Social Diabetes é uma startup com sede em Barcelona, Londres e Cidade do México, líder no mercado hispânico de soluções digitais e uma das plataformas mais prestigiadas globalmente para o gerenciamento de diabetes. Com o objetivo de ampliar a cobertura em toda a região para melhorar o bem-estar da população, o CAF, banco de desenvolvimento da América Latina, junto com o Venture Innovation Fund II (VIFII), administrado pela ALLVP do México, coinvestiu nessa startup.
Essa solução possui uma plataforma de controle digital do diabetes composta por 2 elementos. Um aplicativo móvel para celulares que permite controlar o diabetes e ter uma vida mais flexível e segura. E, por outro lado, a plataforma web, que permite que os profissionais de saúde gerenciem remotamente os pacientes e utilizem os dados a fim de oferecer um atendimento mais personalizado e eficiente.
“O aplicativo oferece um cenário global de como o a glicemia do meu filho está se comportando”, diz Nasly Montoya, nativa de Medellín, Colômbia, e mãe de uma criança de 9 anos com diabetes tipo 1. “Esse app nos dá a oportunidade de baixar as informações dos relatórios quando temos uma consulta com o médico. É um aplicativo que melhorou nossa qualidade de vida e tem sido muito positivo para mim e meu filho”.
O aplicativo gerou benefícios adicionais em tempos de pandemia da COVID-19, quando não era possível realizar consultas presenciais”.Posso me comunicar o tempo todo com meu médico de onde quer que eu esteja. Cada vez em que gravo meus níveis de glicose, meu médico é informado, e isso me ajuda a tomar decisões no dia-a-dia sem ter que esperar até a consulta”, explica Erika Backhoff, uma paciente mexicana que vive com diabetes tipo 1 desde os 13 anos. “Em tempos de pandemia, em que as consultas presenciais se transformaram em telemedicina, isso me ajudou muito a tomar decisões”.
O mundo enfrenta uma crise global sem precedentes no setor da saúde, por isso é importante apoiar a implementação de soluções tecnológicas, como o Social Diabetes, a fim de implementar conjuntamente o crescimento regional e continuar a apoiar milhões de pessoas que sofrem desse mal.