Novo estudo mede vulnerabilidade às mudanças climáticas em Recife e Fortaleza
Para medir, prevenir e combater os impactos das mudanças climáticas nos curto, médio e longo prazos, CAF e AFD elaboraram o Índice de Risco das Mudanças Climáticas, bem como um Plano de Adaptação para oferecer soluções às ameaças climáticas futuras.
Durante a COP26, o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- apresentou os Índices de Vulnerabilidade às mudanças climáticas e planos de ação para várias cidades da América Latina, incluindo Recife e Fortaleza.
O objetivo dos estudos é identificar medidas de adaptação ao enfrentamento das mudanças climáticas, com base em uma análise setorial e zonal de vulnerabilidade e risco climático, considerando as dimensões ambiental, econômica e social, a fim de fortalecer a resiliência das cidades aos eventos hidrometeorológicos extremos derivados das mudanças climáticas.
No caso do Brasil, os municípios de Fortaleza (capital do estado do Ceará) e Recife (capital do estado de Pernambuco) trabalharam muito ativamente para concluir os estudos que levaram à construção do Índice de Vulnerabilidade, e os resultados já foram utilizados na construção de políticas públicas futuras. As duas capitais estão localizadas na região nordeste do Brasil.
O Índice de Vulnerabilidade Climática de Fortaleza, desenvolvido em 2019, analisou dados relacionados à região metropolitana, com 3,6 milhões de habitantes. Entre os principais riscos encontrados até 2040 estão: aumento da temperatura, secas prolongadas, chuvas extremas e elevação do nível do mar. Todos esses riscos impactam diretamente na qualidade de vida da cidade. O estudo mapeou também os principais hotspots (pontos de maior concentração de risco) na capital, de forma a permitir às autoridades pensarem de forma muito específica em medidas de adaptação aos principais problemas.
O estudo para a elaboração do índice em Recife também foi realizado em 2019 e teve como foco a região metropolitana, com 1,6 milhão de habitantes e seis regiões político-administrativas. Foram detalhados os bairros de maior risco em relação a secas, enchentes, ondas de calor, elevação do nível do mar, entre outros itens, para o ano de 2040. Entre as medidas propostas pelo estudo para adaptar a cidade aos impactos das mudanças climáticas, estão a elaboração de um Plano de Redução de Risco Costeiro, o monitoramento de resíduos em encostas e planícies aluviais, bem como o planejamento da expansão da arborização e construção de recifes artificiais, entre outros.
Por fim, essas análises e planos de vulnerabilidade foram realizados com a participação ativa e o consenso das partes interessadas de Recife e Fortaleza, buscando, assim, facilitar a compreensão do problema e construir uma ponte entre diagnóstico, medidas de adaptação, ferramentas de planejamento e fontes de financiamento para promover ações para enfrentar os desafios das mudanças climáticas no contexto urbano.
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